Episódios recentes como a contaminação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Pureza — principal manancial do município — e o desabastecimento da chamada “cidade alta” evidenciaram a necessidade de um sistema de abastecimento de água mais robustos, capaz de atender às necessidades da cidade — tanto para o consumo da população quanto para a atração de novos investimentos e negócios. O projeto de captação no Rio Tanque é considerado a solução para esse problema antigo, porém, a nova unidade só entrará em operação em abril de 2026.
A iniciativa foi proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em agosto de 2020 pela Prefeitura Municipal de Itabira, Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e a mineradora Vale — responsável por custear e executar todo o projeto, que à época, tinha valor estimado de US$ 30 milhões de dólares (equivalente a R$ 165,8 milhões). O acordo prevê a captação de 600 litros por segundo.
Diante dos recorrentes episódios de desabastecimento do município, muito se questiona quanto a execução desse projeto de captação. Procurada pelo portal DeFato, a mineradora Vale destacou que não há possibilidade de adiantar o cronograma do empreendimento, que só deverá ser finalizado em abril de 2026.
“A Vale assinou, em agosto, de 2020, termo de compromisso para a execução de um projeto de captação de água bruta do Rio Tanque, com a finalidade de ampliar o sistema de abastecimento de água potável do município de Itabira. O projeto está em fase de liberação das áreas onde a adutora será construída e de obtenção dos licenciamentos ambientais necessários, respeitando todos os trâmites legais. A companhia também já iniciou atividades fundamentais para a implantação do projeto como sondagens e trabalhos de campo. Pela complexidade técnica, não é possível antecipar a implantação do projeto, que tem conclusão prevista para abril de 2026”, diz a nota oficial da mineradora.
Também procurada pelo portal DeFato, a promotora Giuliana Talamoni Fonoff, responsável pela elaboração do TAC, afirmou que a execução do projeto tem cumprido os prazos estabelecidos no cronograma original. “Estamos na [fase de] elaboração de projetos e detalhamentos. Em relação à questão fundiária, estamos com 98,1% das áreas liberadas para obra, tem um processo só que não tá liberado. Então a gente está com praticamente 100% [de áreas liberadas]“, revelou.
Além disso, a promotora forneceu outros detalhes sobre o empreendimento. “Com relação à questão da Cemig, que é a necessidade do fornecimento de energia, permanece a previsão para a conclusão da implementação da linha de distribuição para junho de 2024”, explicou.
Giuliana também esclareceu sobre o processo de licença ambiental. “A licença é estadual, mas de modo simplificado. Não acho que a gente vai ter grandes dificuldades [para conseguir]”, finalizou.