Em uma assembleia realizada na noite desta quinta-feira (23), professores da rede municipal de Itabira concordaram em promover, nas próximas segunda (27) e terça-feira (28), uma paralisação das atividades tanto no turno da manhã, quanto na tarde. A ideia é comparecerem em peso à Câmara para exigir a votação imediata do plano de cargos e salários, uma discussão que já se arrasta há meses no município.
Além disso, também serão entregues bilhetes aos cerca de 11 mil estudantes anunciando a decisão e explicando o porquê. O encontro desta quinta foi promovido próximo à sede do Legislativo. “Nosso local de trabalho será a Câmara”, chegou a bradar um dos manifestantes.
Principal líder da categoria, o professor de história Giovane Magno Lopes antecipou um pouco do que será o clima na semana que vem.
“Queremos lotar a Câmara a partir de 13h, e não deixar mais ninguém entrar lá a não ser o servidor da educação. Porque tem gente querendo passar goela abaixo a volta do Presmat, um privilégio que foi votado para 20 servidores da Fazenda, dando a eles R$ 2.000, R$ 3.000 quando o preço do minério sobe no mercado internacional. E até já tem um pedido lá (Câmara), de tramitação de uma emenda para isso, e não podemos deixá-la passar”, disse ele aos demais participantes, relembrando a polêmica votação de um projeto elaborado pela própria Prefeitura.
Integrantes do movimento também afirmam que o Governo Municipal os garantiu que não terão o ponto cortado pelos dias não trabalhados. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Administração, Gabriel Quintão, em contato com a reportagem na manhã desta sexta-feira (24). Segundo ele, a medida será válida, também, aos manifestantes contrários à votação imediata do plano de cargos e salários.
Entenda
A pressa da categoria pela aprovação do projeto não acontece por acaso. Em entrevista recente à DeFato, Giovane Lopes afirmou que o texto é “extremamente benéfico ao servidor da educação”, inclusive por garantir o pagamento do atual piso da classe independentemente do governo em vigor.
Por outro lado, servidores de outros setores e até mesmo pertencentes a cargos da Educação, como as merendeiras, demonstraram insatisfação com as propostas do plano de cargos e salários. Apoiados por vereadores como Rose Félix (MDB), Luciano Sobrinho (MDB) e Heraldo Noronha (PTB), eles alegam não terem sido ouvidos durante a elaboração do texto.
Tais fatos geraram um grande racha dentro do funcionalismo público e explicado por uma matéria recente do portal DeFato, que você pode ler aqui.