O presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região e representante dos empregados no conselho de administração da Vale, André Viana, cobrou mais investimentos e contrapartidas eficazes da mineradora durante seu discurso na cerimônia de início das obras de construção do novo sistema de captação e tratamento das águas do Rio Tanque, em Itabira. O evento foi realizado ontem (20).
Logo no início de suas falas, após cumprimentar as autoridades presentes e o diretor de operações da Vale, André Viana disse que “Itabira deu berço à Vale e hoje precisa de colo. A cidade que deu berço hoje precisa de apoio”. Usando um tom de cobrança, o sindicalista afirmou que o Projeto Rio Tanque “não é um favor da Vale para Itabira e nem uma benesse”, sendo apenas ”uma reparação histórica, onde nasceu a companhia, para com Itabira”.
A afirmação trouxe como lembrança que tal projeto é apenas fruto de uma condicionante estabelecida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), em 18 de maio de 2000, quando o órgão concedeu a Licença de Operação Corretiva (LOC) do Complexo Minerador de Itabira para a antiga Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale S.A.
Segundo o representante do conselho de administração da mineradora, foram as atividades da Vale que promoveram o rebaixamento do lençol freático e dos aquíferos do Cauê, da Camarinha e de outras regiões de Itabira – ocasionando a crise hídrica enfrentada pelo município e afastando empresas que poderiam investir e auxiliar na diversificação econômica de Itabira.
Ainda em seu discurso, Viana disse que a Vale precisa trazer outros importantes aportes em Itabira “para resgatar não só a água, mas também a dignidade de uma cidade histórica”. Tais medidas, na avaliação do presidente do Metabase, seriam a duplicação das rodovias MG-129 e MG-434 (que levam até o trevo da BR-381), a conclusão das obras da Unifei e o projeto Itabira Sustentável – desenvolvido entre a Vale e a Prefeitura de Itabira.
“O rio é importante, a água é importante, mas que essa água venha fluir tudo aquilo que precisa ser reparado à nossa cidade, ao nosso povo, que deu vida a essa empresa. Não foi a Vale que levou o nome de Itabira para o mundo, foi Itabira que levou o nome da Vale para o mundo e aqui a mãe hoje pede socorro”.
