Uma análise feita pelo projeto ItabirAR apontou que o mês de outubro deste ano foi o mais quente em Itabira desde 2018. O aumento de temperatura segue um comportamento observado no mundo todo, em que o fenômeno El Niño associado ao aquecimento global tem causado ondas de calor. A especialista responsável pelo projeto recomenda alguns cuidados para se proteger, como beber água mesmo sem sentir sede.
A pesquisa utilizou os dados da estação meteorológica da rede de monitoramento do ar de Itabira entre os anos 2018 e 2023. Segundo a pesquisadora responsável pelo projeto, Ana Carolina Vasques Freitas, a escolha foi uma necessidade de utilizar dados mais precisos, já que os números relativos aos anos anteriores apresentaram falhas.
Apesar de ainda não ter finalizado, o ano de 2023 já apresentou altas temperaturas em relação a alguns anos anteriores, mesmo antes de começar o verão. “Chama a atenção o fato de que a temperatura média de janeiro até outubro desse ano já atingiu 20,9ºC. Esse valor é mais alto do que verificado nos anos de 2018, 2020, 2021 e 2022”, aponta a professora Ana Freitas.
A professora informou que a média da temperatura máxima foi 33,1ºC no dia 24 de outubro. Do dia três até o dia nove, as médias das temperaturas máximas foram superiores a 29ºC, o que se repetiu nos dias 12, 13 e 17. Já do dia 23 até o dia 31, as médias das temperaturas máximas foram superiores a 27ºC.
Itabira também apresentou um aumento progressivo de temperatura nos últimos quatro meses, um comportamento que foi observado no restante do país. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas ficaram acima da média histórica de julho a outubro deste ano.
As ondas de calor
Segundo o glossário do Inmet, uma onda de calor é um período de tempo desconfortável e excessivamente quente que pode durar vários dias ou várias semanas. O glossário se baseia nos critérios do The Weather Channel para definir o conceito: “A temperatura deve estar acima de 90 F (32º C) em pelo menos 10 estados e, pelo menos, cinco graus acima do normal em partes daquela área durante pelo menos dois dias, ou mais”.
As altas temperaturas recentes associam as características da primavera brasileira aos fenômenos globais El Niño e aquecimento global. O El Niño aquece as águas superficiais no centro-leste do Oceano Pacífico equatorial e o aquecimento global aumenta as temperaturas devido à poluição atmosférica. Baseada nos estudos do observatório Copernicus, a pesquisadora Ana Freitas informa que o ano de 2023 promete ser o mais quente da história.
Recomendações
Para minimizar os efeitos das ondas de calor, a professora recomenda que a população diminua a exposição ao sol, além de usar roupas claras e leves. Facilitar a circulação do ar também pode reduzir o desconforto. Já para aumentar a umidade do ambiente, é possível utilizar umidificadores de ar ou baldes com água.
Também é necessário beber muita água, mesmo se não sentir sede. Quanto à alimentação, é melhor dar preferência para alimentos leves e de fácil digestão, como frutas e legumes.