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Itabira perde a médica Martha Moller, vítima da Covid-19

Foto: Arquivo pessoal

Nessa terça-feira (10), os itabiranos se entristeceram com mais uma perda causada pelo coronavírus. A família da médica Martha Moller Couto confirmou o seu falecimento em decorrência da Covid-19. Aos 69 anos, a ginecologista e obstetra deixa dois filhos e seis netos.

Mesmo tendo recebido as duas doses da vacina CoronaVac, Dra. Martha contraiu a doença. Ela estava internada no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) desde o dia 5 de agosto. Infelizmente, a médica sofreu uma complicação grave e fatal.

Referência como profissional

Raquel Moller Couto, psicóloga clínica e filha de Dra. Martha, conversou com a DeFato e contou que a mãe, natural de Itabira, se formou em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e se tornou a primeira médica mulher de Itabira.

Dra. Martha, ainda jovem. Foto: Arquivo pessoal

“Ela sempre pensou num trabalho integrado, que trouxesse benefícios tanto para o assistido quanto para a classe médica. Assim, dedicou parte de seu tempo em trabalhos voluntários na prevenção ao câncer de mama e assistência a gestantes, em Itabira”, lembra Raquel.

Martha Moller teve importante papel no Serviço de Obras Sociais (SOS) de Itabira. Durante muitos anos, ela realizou atendimentos ginecológicos a mulheres carentes atendidas pelo projeto, bem como acompanhou gestantes que, da mesma forma, necessitavam de cuidados.

Dra. Martha também exerceu importante papel junto a instituições médicas de Itabira. “Como Auditora da Unimed, minha mãe vinha exercendo com dignidade e sabedoria seu papel de respeitar a legalidade do processo, sem perder de vista as necessidades dos associados e prestadores dos serviços”, detalha Raquel.

A Unimed Itabira é uma cooperativa de trabalho médico fundada em fevereiro de 1991.  O presidente da cooperativa, Virgilino Quintão Torres Cruz, manifestou sua tristeza em relação ao falecimento da colega cooperada Martha Moller que descreceu como “médica, mãe, avó e uma pessoa de semblante sempre sereno”.

“Além da atuação como médica cooperada na assistência a nossos clientes, a Dra. Martha era médica auditora da nossa cooperativa e contribuiu de forma importante na melhoria da qualidade dos serviços ofertados pela Unimed Itabira. A colega nos ajudou a escrever uma história de trabalho, dedicação e sucesso, que continuaremos a trilhar com muita garra em homenagem à memória dela e dos colegas que já partiram desta dimensão terrena. A tristeza da partida, com o tempo, se transformará em saudade e vai acalentar o coração de todos que a amavam e admiravam”, finaliza Virgilino Quintão.

O diretor administrativo do HNSD, Alexandre Coelho, reforça que a presença da médica, como auditora da Unimed, foi marcante. “Lamentamos muito a morte da Dra. Martha. Ela era uma presença constante no hospital e e sempre foi uma pessoa muito querida”, declarou.

O mesmo sentimento é compartilhado pela presidente da Associação Médica de Itabira (AMI), Janice Aurora Bellavinha Thomazi. “A AMI está de luto. Perdemos uma colega que deixa sua marca na história da medicina de Itabira. Dra. Martha era dedicadíssima à profissão e às suas pacientes. Era muito ética em suas relações, tanto profissionais quanto pessoais”, conta.

Para além das relações profissionais, as duas médicas tinham também uma admiração mútua.

“Conhecia Dra. Martha há quarenta anos, desde que cheguei em Itabira, e ela já trabalhava aqui. Apesar de não termos um convívio muito próximo, eu a admirava muito como médica e como pessoa. Mãe dedicada do Lucas e da Raquel, avó de seis netos, amiga devotada, Dra. Martha deixa um legado como profissional e como ser humano”, declara Dra. Janice.

Dedicação à família

Raquel Moller frisa que a mãe também era uma mulher dedica à família. “Como esposa, mãe e avó ela deixa sua missão cumprida com grandes méritos, aplausos e honradez. Companheira em todos os momentos, não media esforços para acompanhar marido, filhos e netos no que fosse solicitada, mesmo que isso lhe exigisse algum sacrifício pessoal”, relembra.

Dra. Martha e o marido, já falecido, Helton. Foto: Arquivo pessoal

“Para todos os familiares, ela representou o porto seguro não só como pessoa amiga, mas também como profissional e conselheira sempre pronta ao atendimento. Ela deixa um legado de pessoa forte, íntegra, caridosa, afetiva e sempre disponível para todos que tiveram o privilégio de sua convivência”, encerra.

 

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