Helvécio Fidéles de Souza, 65, motorista da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb) desde 2003, morreu na madrugada desta segunda-feira (5) vítima de complicações causadas pela Covid-19. Essenciais à manutenção da limpeza urbana, os profissionais da Itaurb estão expostos diariamente aos perigos do vírus e suas variantes. Helvécio entra para a triste estatística da pandemia, que até domingo (4) tirou a vida de 215 pessoas na cidade.
A morte do motorista causou comoção. Colaboradores da empresa pública fizeram no início da manhã um culto religioso em memória dele, na Gerência de Transportes e Manutenção do Areão. Os profissionais direcionaram orações para, ao menos, outros três servidores hospitalizados depois de contraírem o novo coronavírus.
Segundo dado divulgado recentemente à Câmara Municipal pelo vereador Júber Madeira (PSDB), líder do governo Marco Antônio Lage (PSB) no Legislativo, aproximadamente 170 colaboradores da Itaurb estão afastados da função por licença médica. Os profissionais pertencem aos grupos de risco para a Covid-19.
Danilo Alvarenga, diretor-presidente da Itaurb, emitiu pesar pela perda do colaborador. “É com imenso pesar que recebi esta triste notícia. Estou profundamente consternado com a perda de mais um colega de trabalho. O Helvécio era um funcionário exemplar e sempre bem recomendado por todos da empresa. Me solidarizo com sua família neste momento de dor”, declarou.
Vacinação
Na semana passada, em 31 de março, a Câmara dos Deputados aprovou texto-base de um projeto de lei que inclui mais dezesseis categorias como prioritárias na vacinação contra Covid-19 – entre elas os garis, os coveiros, os taxistas, e os trabalhadores do sistema de assistência social. A votação deve ser concluída nesta semana.
A Itaurb informou que já pediu à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a inclusão dos funcionários no plano de imunização contra a Covid-19. O risco de contágio dos trabalhadores é elevado, uma vez que lidam com as coletas orgânica, seletiva, de apoio e de material infectante, e atuam na vigilância patrimonial, por onde circulam pessoas que podem ser vetores da doença.
“A primeira reunião sobre o assunto foi realizada na última quinta-feira (2/4), na SMS, quando o diretor-presidente Danilo Alvarenga e a secretária de Saúde, Eliana Horta, discutiram o quantitativo e a prioridade das vacinas para a Itaurb”, detalhou a empresa pública, por meio de comunicado distribuído à imprensa local.
De acordo com a Itaurb, outros protocolos vem sendo adotados: uso de máscara – e de todos os equipamentos de proteção individual (EPI) –, álcool em gel, distanciamento e menos funcionários nos turnos. “Com a publicação dos decretos municipais, a jornada de trabalho foi reduzida para seis horas, com exceção das coletas e varrição, e os colaboradores dos grupos de risco seguem afastados conforme orientação médica”.