Nos primeiros três primeiros anos de Donald Trump, na Casa Branca, aconteceu um crescimento na deportação de brasileiros ilegais nos Estados Unidos. No período de 2018 a 2020, 4.966 cidadãos do Brasil foram mandados de volta para casa. No governo Biden, entre 2021 e 2024, esse número aumentou ainda mais. Em toda a gestão do democrata, 6.499 foram expulsos do país norte-americano.
A maior parte desembarcou no Aeroporto Internacional de Confins em Belo Horizonte. A capital mineira é ponto estratégico para o recebimento desse contingente, pois a maioria é do interior de Minas Gerais, principalmente da cidade de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.
O fluxo de embarques de irregulares passou a ter uma frequência semanal a partir de 2019, quando Donald Trump intensificou a política de fiscalização. Neste ano, o então presidente Jair Bolsonaro autorizou a entrada desses imigrantes em voos fretados. A prática não era permitida pelo governo brasileiro desde 2006.
Na avaliação de Sueli Siqueira, doutora em Sociologia e Ciência Política da Univale, a deportação é marca registrada de todos os governos americanos.
“Basta ver o que Biden fez, vários aviões de deportados não só para o Brasil, mas para outros países da América Latina e da África. Esse discurso agrada a população americana e não vai mudar. O que pode acontecer é uma intensificação dessas deportações no novo governo Trump”, prevê Siqueira.
Essa foi a sequência de voos fretados que chegaram a Confins, com brasileiros que tentaram atravessar a fronteira do México, nos últimos oito anos:
2024- 1648 deportados
2023- 1240 deportados
2022- 1423 deportados
2021-2188 deportados
2020- 1138 deportados
Em seu discurso de posse, na última segunda-feira (20), Donald Trump prometeu promover uma imediata expulsão em massa de pessoas em clandestinidade no território norte-americano. Os Estados Unidos têm 11 milhões de imigrantes irregulares em todo o seu território.