A inclusão da ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas, na relação de instituições beneficiadas com repasses financeiros em Itabira ganhou força. Nesta quinta-feira (8) a juíza da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Itabira, Cibele Mourão Barroso Figueiredo de Oliveira, e a delegada especializada em atendimento à mulher, a delegada Amanda Machado Celestino, manifestaram apoio a adesão do projeto.
O projeto seria votado em segundo turno na Câmara Municipal na terça-feira (6). Contudo, foi retirado de pauta a pedido do vereador André Viana Madeira (Podemos) que questionou o impacto financeiro da matéria. Na tarde desta quinta-feira, durante a reunião de comissões do Legislativo, Amanda Machado expôs seu ponto de vista sobre o programa. “A parceria da ONU Mulheres com a Prefeitura de Itabira é um avanço sem precedentes para o município”, destacou.
Ela lembrou os 13 anos da Lei da Maria da Penha, celebrado ontem. Apesar das conquistas nesse período, a delegada frisou que não se trata da violência contra a mulher apenas com a prisão em flagrante delito do agressor e a responsabilização penal. Em ofício enviado ao Legislativo, a juíza Cibele Mourão destacou o combate à violência contra a mulher exige “transformação cultural e o envolvimento de toda a sociedade”.
Amanda Machado e Cibele Mourão citaram a rede existente em Itabira que trabalha para o fim da violência contra a mulher. Itabira se destaca entre vários municípios ao reconhecer em 2016, após 14 anos, a Comissão de Enfrentamento à Violência Doméstica e Sexual. É o único fora da região metropolitana que aderiu ao Consórcio das Gerais, isso por conta do engajamento da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher.
No ano passado, o município assinou termo de cooperação técnica com o TJMG para a implantação do projeto “Itabira por Eles”. Homens, agressores, são encaminhados e supervisionados pela Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca a grupos reflexivos, dirigidos por psicólogos e assistente social do município, para se tratarem. Itabira foi o terceiro município mineiro a aderir ao projeto.
“Todas as iniciativas, contudo, em pese que louváveis e grandiosas, apresentam resultados módicos, posto que a mão-de-obra é escassa, a capacitação irregular, com o desdobramento dos profissionais em meio a incontestáveis outras tarefas de seus postos de trabalho. Nesse contexto, a ONU Mulheres surge como uma maravilhosa alternativa. Fortaleceria nossos projetos, capacitaria toda a rede, traria foco e consciência às ações. Novamente é ofertada à Itabira uma oportunidade de dar um salto no combate à violência de gênero”, afirmou Cibele Mourão.
Já Amanda Machado ressaltou que os resultados colhidos através deste projeto se estenderá para uma geração. Isso porque o ONU Mulheres considera também a educação inclusiva e propõe incluir conteúdos sobre a igualdade de gênero e raça nos currículos escolares do sistema municipal de ensino.
Precisamos observar que este gasto para implementação do projeto refletirá em um momento de riqueza por mulheres ocupando postos de trabalho e fomentando a economia local. Este é um projeto sólido, consistente e que já foi analisado pelo Executivo e ONU Mulheres”, finalizou Amanda Machado.