Um terreno localizado entre a avenida France de Paula Andrade e a rua J, no bairro Vila Paciência, continua trazendo incômodo aos moradores do bairro. No local existe um ‘lago’ de água, larva, dejetos e outros rejeitos, causando mau cheiro e se tornando criadouro de insetos, principalmente, o mosquito aedes aegypti. Há pelo menos uma década a DeFato notícia inundações, danos as casas vizinhas e a formação da lagoa de esgoto, mas entre reparos e trabalhos paliativos, a novela segue sem solução definitiva.
A DeFato entrou em contato com a Prefeitura de Itabira às 9h45 de ontem para questionar de quem é o terreno (se é público ou privado), quais seriam os motivos que causam o problema e o que seria feito para solucionar a questão. Somente após a publicação da matéria – 24h depois do envio da demanda – a Prefeitura enviou o retorno. Confira a nota oficial:
A Prefeitura de Itabira realizou um estudo hidrológico no local de concentração da água para definição da bacia de contribuição e dimensionamento da drenagem pluvial necessária na avenida France de Paula Andrade, no bairro Vila Paciência. Esse estudo apontou a necessidade de implantação de uma nova estrutura hidráulica naquele trecho, capaz de absorver o volume de água e impedir a concentração.
Trata-se de uma obra complexa, pois a bacia de contribuição envolve áreas públicas, privadas e da Vale. O município já prepara a licitação para contratação da empresa que vai realizar a intervenção definitiva no local. A estimativa é de que cerca de R$ 5 milhões sejam investidos para resolver o problema que persiste há mais de 20 anos.
Enquanto isso, até para evitar o agravamento de problemas ambientais e de saúde pública, a Prefeitura de Itabira executou o serviço de drenagem da água concentrada, por meio de um sistema externo paliativo.
O portal também procurou o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) para saber – além das perguntas acima – se o órgão tinha conhecimento da situação e quando foi feita a última vistoria. Porém, a autarquia só respondeu que ‘não tem atuação no local’.
Uma moradora vizinha ao lote, preferiu não se identificar, mas afirmou que já teve sua casa inundada por duas vezes durante o período chuvoso. A água já danificou portas, utensílios, eletrodomésticos, impediu a passagem pelo portão social da casa e faz com que nenhum locatário se interesse em mudar para a residência do primeiro andar, onde há tempos ela tenta alugar.
Segundo a moradora, além do forte cheiro dos dejetos, larvas e outros rejeitos, a infestação de insetos é alarmante. A moradora relatou que uma moradora vizinha está há mais de uma semana internada com dengue, doença que muito provavelmente foi transmitida por mosquitos provenientes do terreno.
Na tarde de ontem (22), o vereador Robertinho (MDB) esteve no local para vistoriar a situação da ‘lagoa’. Confira:
Problema crônico
Há mais de uma década a DeFato noticia os problemas provenientes do terreno. Em uma rápida pesquisa em nosso arquivo, localizamos ao menos seis matérias que falam sobre inundações, acúmulo de rejeitos, infestação de insetos e outros problemas. Além disso, o ‘toma lá, dá cá’ entre órgãos municipais e empresas privadas sobre a responsabilidade da solução do problema.