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Líderes mundiais e políticos brasileiros e de Itabira condenam invasões aos Três Poderes, em Brasília

8 de janeiro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Líderes de diversos países condenaram a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília, ocorrida na tarde de domingo (8). Em postagens nas redes sociais, chefes de Estado e de Governo manifestaram solidariedade e ofereceram apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Políticos brasileiros também se manifestaram publicamente sobre o ocorrido. Em Itabira, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) também se pronunciou.

“A vontade do povo brasileiro e as instituições democráticas devem ser respeitadas! O presidente Lula pode contar com o apoio incondicional da França”, escreveu, na rede social Twitter, o primeiro ministro francês, Emmanuel Macron.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também condenou os ataques. “Condeno o ataque à democracia e à transferência pacífica do poder no Brasil. As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser prejudicada. Estou ansioso para continuar a trabalhar com @LulaOficial”, escreveu no Twitter.

O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também se pronunciou. “Todo meu apoio ao presidente Lula e às instituições eleitas livre e democraticamente pelo povo brasileiro. Condenamos veementemente o assalto ao Congresso brasileiro e pedimos o retorno imediato à normalidade democrática”, postou.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse, no Twitter, que respeitar a vontade democrática do povo é fundamental em qualquer democracia, inclusive no Brasil. “O Canadá condena veementemente o comportamento violento exibido hoje e reafirmamos nosso apoio ao presidente @LulaOficial e às instituições democráticas do Brasil”, diz ainda a publicação.

Presidentes latino-americanos também repudiaram os atos antidemocráticos em Brasília. “Toda minha solidariedade a Lula e ao povo do Brasil. O fascismo decide dar um golpe. As direitas não puderam manter o pacto da não violência. É hora urgente de reunião da OEA [Organização dos Estados Americanos] se quiser seguir viva como instituição e aplicar a carta democrática”, escreveu o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que fez a postagem poucos minutos após a invasão ao Congresso Nacional.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, considerou “inadmissível” a ocupação da Praça dos Três Poderes. “Ataque inadmissível aos três poderes do Estado brasileiro pelos bolsonaristas. O governo brasileiro tem todo o nosso apoio diante desse covarde e vil ataque à democracia”, postou Boric nas redes sociais.

“Como presidente da Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] e do Mercosul, ponho em alerta os países membros para que nos unamos nesta inaceitável reação antidemocrática que tenta se impor noBrasil. Demostremos com firmeza e unidade nossa total adesão ao governo eleito democraticamente pelos brasileiros que encabeça o presidente Lula. Estamos junto do povo brasileiro para defender a democracia e não permitir nunca mais o regresso dos fantasmas golpistas que a direita promove”, escreveu Alberto Fernández, presidente da Argentina.

ONU

Em nota, a Organização das Nações Unidas (ONU) também condenou os ataques em Brasília e manifestou preocupação diante do ocorrido. “A ONU condena veementemente qualquer ataque dessa natureza, que representa uma séria ameaça às instituições democráticas. A ONU pede às autoridades que priorizem o restabelecimento da ordem e que defendam a democracia e o Estado de direito”, diz o texto.

Minas Gerais e Itabira

Em sua conta no Twitter, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que é “inaceitável o vandalismo ocorrido hoje em Brasília”.

Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) enviou uma nota à imprensa afirmando que o seu posicionamento “é de extremo repúdio. As providências contra esses atos devem ser rápidas, enérgicas e eficientes”.

“Levando em conta os sinais de alerta de invasão em instituições democráticas, informamos que a segurança no entorno da ALMG está sendo devidamente reforçada. Reiteramos que a democracia e a liberdade são símbolos de nosso Estado e qualquer concessão que estimule ações contrárias a esses valores não pode existir”.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) usou o Instagram para falar sobre as manifestações radicais de domingo. Por meio de um vídeo, Nikolas disse que é contra os atos de vandalismo e depredação do patrimônio pública — e aproveitou para criticar “a esquerda”. “Manifestações precisam ser respeitadas e não tratadas com deboche. Eu tenho moral pra dizer isso, você, de esquerda, não, valeu”, disse.

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), foi mais um político que se posicionou sobre o ocorrido em Brasília e defendeu a democracia.

Já a Câmara Municipal de Itabira, em seu site oficial, publicou uma nota de repúdio:

“A Câmara Municipal de Itabira repudia os graves ataques desferidos, neste domingo, 8 de janeiro de 2023, contra os prédios dos três poderes (Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal), em Brasília. Tais atos antidemocráticos, que atentem contra a Independência dos Poderes e o Estado Democrático de Direito, inclusive com prejuízo ao patrimônio público, transcendem o limite constitucional da liberdade de expressão, configurando-se como crimes que devem ser apurados e julgados na forma da lei. Dessa forma, espera que todos os fatos sejam devidamente apurados e que a justiça e a ordem prevaleçam”.

Prefeito de João Monlevade, Laércio Ribeiro, que é do PT,  argumentou que “o povo brasileiro não apoia esse tipo de violência política. Somos a favor da democracia, da justiça e da paz social”.

Brasil

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, declarou: “Os desprezíveis ataques terroristas à Democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos”.

Em nota, a ministra Rosa Weber, presidente do STF, disse que a Corte “não se deixará intimidar por atos criminosos e de delinquentes infensos ao Estado Democrático de Direito” e que o STF atuará “para que os terroristas que participaram desses atos sejam devidamente julgados e exemplarmente punidos”.

O ministro do STF Luís Roberto Barroso garantiu que a “Justiça virá” em relação às ações de grupos radicais em Brasília. “O terrorismo é a vitória do mal e do crime disfarçados de ideologia. Dia de luto para as pessoas de bem de qualquer credo político”, escreveu o ministro no Twitter. “A Justiça virá. E os Deuses da democracia protegerão as instituições e cobrirão de vergonha os criminosos que procuram destruí-la.”

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), condenou as cenas de vandalismo. Em uma rede social, Castro afirmou que será energético contra toda e qualquer manifestação que não respeite os patrimônios públicos e privados, e o direito de ir e vir dos cidadãos do Rio de Janeiro. “Em um ambiente democrático, as cenas que vemos em Brasília são inadmissíveis…Manifestações pacíficas fazem parte da democracia, vandalismo não!”, destacou Castro.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou as redes sociais para repudiar as ações de grupos radicais na capital federal. Segundo ele, “manifestantes perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência nos atos”. O novo chefe do Executivo paulista assegurou que cenas como as vistas no Distrito Federal não serão admitidas no Estado que governa. “Não admitiremos isso em SP!”, disse.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, é outro político que também repudiou as invasões aos prédios públicos e afirmou que nada justifica “brutal ação”. “Precisamos pacificar, respeitar manifestações desde que não ultrapassem o limite constitucional”, disse.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu uma reunião entre os Três Poderes após grupos radicais invadirem os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu me coloco à disposição de todos os Chefes de Poderes para fazermos uma reunião para deixar absolutamente inquestionável que os três Poderes estão mais unidos do que nunca a favor da Democracia”, escreveu.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, cobrou a responsabilização de “líderes coniventes” e “financiadores” dos atos antidemocráticos que ocorrem neste domingo em Brasília. Segundo ela, a atitude criminosa e radical exige uma “punição exemplar”. “A atitude criminosa e radical de golpistas, ao afrontarem os poderes, invadindo o Congresso Nacional e vandalizando o STF e o Planalto, precisa de punição exemplar. Os líderes políticos coniventes, bem como os financiadores dessa ação, devem ser responsabilizados com rigor”, publicou a ministra no Twitter.

* Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo.

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