Site icon DeFato Online

Lítio pode alavancar economias da América do Sul

Lítio pode alavancar economias da América do Sul

Planta da Sigma Lithium no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais - Foto: Sigma Lithium/Divulgação

O lítio utilizado na fabricação da baterias para carros elétricos e aparelhos eletrônicos como notebooks, smarthphones, e tem despertado o debate sobre o desenvolvimento tecnológico no mundo pela sua capacidade em reduzir a emissão de gases que produzem o efeito estufa, o que aumentado a demanda pelo mineral.

Especialistas ouvidos pelo site Poder360 acreditam que os esforços para reduzir a emissão de gases e a transição para um modelo mais sustentável de veículos podem alavancar, sim, as economias da América do Sul. O lítio, hoje, é tido como o “petróleo branco”, em referência à sua cor quando extraído.

Foto: Reprodução/Poder360

O crescimento da demanda levou a necessidade do aumento da oferta, mas a extração depende do potencial econômico e da estrutura tecnológica dos países onde as reservas se localizam.

O Chile, tradicional exportador do cobre, é o único país que avançou para a extração nacional do lítio, criando uma empresa estatal para controlar a exploração do mineral. O governo será acionista majoritário da empresa, as a produção serão feitas em parceria com empresas estrangeiras privadas.

O Chile é hoje o segundo maior produtor de lítio, responsável por cerca de 30% da oferta mundial, perdendo somente para a Austrália.

Bolívia

Na Bolívia, o presidente Luís Arce, assinou em janeiro um contrato com o consórcio chinês CBC — formado por Contemporary Amperex Technology, Brunp e China Molybdenum Company — para a extração de lítio nos desertos de Salar de Coipasa e Salar de Uyuni.

O investimento será de US$ 1 bilhão, destinado à instalação de duas plantas industriais para a exploração do lítio. Cada planta será capaz de produzir 25 mil toneladas do mineral por ano.

A Bolívia tem a maior reserva de lítio do mundo, com 21 milhões de toneladas, mas não tem recursos e ferramentas para a sua exploração e ainda não definiu se isso será feito por empresas estrangeiras.

Brasil

O Brasil, por meio do governo de Minas Gerais, lançou em maio a iniciativa Vale do Lítio. A ideia é transformar as cidades do Norte e Nordeste mineiro num centro de produção desse mineral. Somente no Nordeste do Estado, segundo o governo Romeu Zema (Novo), reúne ao menos 45 jazidas de lítio, possibilitando aumentar em até 20 vezes a produção brasileira.

Panorama de mercado

Em 2022, o valor da tonelada do lítio para de US$ 14 mil para US$ 80 mil — atualmente está cotado em US$ 28 mil. A Agência Internacional de Energia (AIE) acredita que a demanda pelo mineral deve aumentar em até 40 vezes até 2040.

Estados Unidos e China procuram fechar contratos para monopolizar a extração. Em fevereiro deste ano, o líder democrata do Senado norte-americano, Chuck Schumer, pediu ao Congresso a aprovação urgente de um acordo com o Chile para eliminar a dupla tributação de empresas americanas e as barreiras fiscais entre os dois países. Schumer argumentou no plenário do Senado que o país não poderia permitir que a China conseguisse o minério.

Foto: Reprodução/Poder360
Exit mobile version