Além de interromper as aglomerações urbanas, o isolamento social também afetou quem é acostumado a passar o tempo em contato com a natureza. Com as trilhas suspensas pela pandemia, a escrita foi o caminho encontrado pelo guia Roger Pixixo para revisitar uma de suas paisagens preferidas em Minas. Em Da Lapinha a Tabuleiro (Editora Lucel, 120 páginas), ele conta a história da famosa travessia feita por tantos turistas durante todo o ano, de Lapinha da Serra (município de Santana do Riacho) a Tabuleiro do Mato Dentro (município de Conceição do Mato Dentro), na região próxima à Serra do Cipó. Além de resgatar as origens do percurso, ele procura oferecer ao leitor um passeio imaginário pelo local em tempos de quarentena.
“Minha ideia é tornar essa história conhecida. Muita gente passa por lá, mas não sabe que aquele caminho tem uma história, como começou. Desde a primeira vez que passei por lá, tinha essa curiosidade, pesquisei e agora conto sobre esse caminho, até para valorizar a travessia e conscientizar ainda mais os visitantes sobre a importância da preservação”, explica o autor, que diz já ter completado 16 vezes os 42 quilômetros da travessia, feita em três dias de caminhada.
Dessa forma, o trabalho reúne de informações colhidas em livros e publicações científicas sobre a região até conversas com os moradores mais antigos do local, como seu Zé D’Olinta, um dos veteranos do distrito de Tabuleiro do Mato Dentro. A narrativa começa com uma viagem no tempo, que parte do Ciclo do Ouro, quando o vilarejo foi fundado. Os tropeiros criaram um caminho pela serra, mais difícil, porém mais curto, para chegar até Santana do Riacho. “A Lapinha era um ponto de apoio e algumas famílias fixaram moradia ali”, detalha Roger Pixixo. Leia a reportagem completa no portal UAI; clique aqui