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Lula avalia liberar exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas

Lula avalia liberar exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas

Lula e Marina Silva na COP27, no Egito. A ministra é contra a exploração de petróleo na Amazônia - Foto: Reprodução/Twitter

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou escapar na noite de domingo (21), a possibilidade de liberar a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. A declaração foi feita ainda no Japão, onde se encontrava para a reunião do G7, grupo de países mais ricos. O presidente ficou de analisar a situação após retornar ao Brasil, onde desembarca ainda nesta segunda-feira (22).

Mas, em conversa com jornalistas em Hiroshima, pouco antes do embarque para o Brasil, Lula não descartou vetar qualquer intenção de exploração de petróleo que possa oferecer risco ao meio ambiente amazônico. Na quarta-feira (17), o Ibama negou licença à Petrobras para liberar operações de um poço a aproximadamente 160 km da costa do Oiapoque, no Amapá e a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.

A medida agradou à ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, provocando um embate com o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, que se coloca favorável às operações da petrolífera brasileira, bem como o presidente da estatal, Jean Paul Prates. A Petrobras irá recorrer da decisão do Ibama.

Para o presidente Lula, “se extrair petróleo na foz do Rio Amazonas, que é a 530 km, em alto mar, se essa atividade tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 km de distância da Amazônia”.

O presidente ainda comentou que a Amazônia não deve ser transformada em santuário, mas cobra uma política séria, que inclua os povos indígenas, para evitar o desmatamento na região, ao mesmo tempo que garanta a sobrevivência dos 28 milhões de pessoas que ali vivem.

“Eles têm direito de viver, de trabalhar, de comer, de ter acesso a bens materiais que todos nós queremos. E, por isso, precisam explorar não desmatando. Explorar a riqueza da biodiversidade para saber se podemos extrair a possibilidade de desenvolver uma indústria de fármacos, de cosméticos, por exemplo, para gerar empregos limpos”.

Já a ministra Marina Silva lembrou o episódio com a construção da usina de Belo Monte, em Altamira (Pará), que a levou a sair do segundo mandato de Lula, de 2007 a 2010, quando o empreendimento foi autorizado. Enquanto o ministro Alexandre Silveira defende o projeto e disse que o pretexto de um “pseudobiorrisco” não pode impedir a prospecção para que se tenha “conhecimento científico das potencialidades e riquezas naturais da região”.

Para Silveira, o que se discute no momento não é a exploração dos diversos poços daquela região. “Se discute a autorização para pesquisar uma reserva da margem equatorial. Se nós vamos fazer a exploração dessas potencialidades ou não é uma decisão a ser tomada em outro momento pelo governo brasileiro”.

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