O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal (CEF), na quarta-feira (25). A decisão foi comunicada em uma reunião de 50 minutos no Palácio do Planalto que também teve a participação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. A saída de Serrano acontece após meses de pressão do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) e de líderes do Centrão.
O economista Carlos Antônio Vieira Fernandes será o substituto. Ele é funcionário de carreira da instituição bancária e tem relação com o PP (Partido Progressista), o mesmo de Arthur Lira. A troca de comando vinha sendo negociada desde julho e é uma tentativa do governo federal de se aproximar do grupo de centro, visando aprovações de seus projetos na Câmara dos Deputados.
Fernandes foi indicado por Lira e já foi presidente do Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa (Funcef), além de secretário executivo de Gilberto Occhi, que também é ligado ao PP, no Ministério da Integração Nacional.
Ao que tudo indica, a pressão sobre a Serrano aumentou após a repercussão negativa de uma exposição da Caixa Cultural, que tinha colagens com críticas a Lira, assim como imagens representativas do presidente da Câmara dentro de uma lixeira ao lado de dois ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL): Damares Alves (Direitos Humanos) e Paulo Guedes (Economia). Devido à repercussão, a Caixa cancelou o evento.
Em nota, divulgada pela Secretaria de Comunicação (Secom), o governo elogiou o trabalho de Serrano dizendo que “ela cumpriu uma missão importante de recuperação da gestão e cultura interna e promoveu a valorização do do corpo de funcionários”.
Além disso, acrescentou que ela representou “o papel do banco em diversas políticas sociais, ao mesmo tempo aumentando sua rentabilidade e eficiência, ampliando os financiamentos para a habitação, infraestrutura e agronegócio, quando foram também inauguradas 74 salas de atendimento para prefeitos em todo o país, cumprindo um compromisso de campanha”.
Sobre o novo presidente da instituição, o governo anunciou que “ele dará continuidade ao trabalho de Serrano, além de promover oferta de crédito na nossa economia e na execução de políticas públicas em diversas áreas culturais, sociais e esportivas”.