O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, divulgou na terça-feira (5), em seu perfil no X, o “novo mapa da Venezuela”, já anexando o território de Essequibo.
Em referendo realizado no domingo (3), 95% dos eleitores aprovaram a proposta de anexação de uma área de cerca de 160 mil km² já nominado de Estado de Guiana Essequiba. O presidente venezuelano determinou que o documento publicado seja levado a escolas e estabelecimentos públicos do país.
A região anexada ocupa 74% do território Guianês (dois terços de toda Guiana) e tem valiosas jazidas de petróleo, uma extensa selva rica em recursos minerais e naturais, com reservas de diamantes, ouro e bauxita. Maduro autorizou a PDVSA, estatal petroleira venezuelana, a conceder licenças para exploração de petróleo e gás na região.
Ainda na terça-feira, Maduro apresentou um projeto de lei que regulamenta o novo Estado, e passa nesta quarta-feira (6) por deliberação da Casa Legislativa.
O presidente venezuelano foi mais além, propondo um plano de assistência social à população do novo Estado, a realização de censo e entrega de carteiras de identidade aos habitantes, a criação de um Alto Comissariado para a defesa da Guiana Essequiba, órgão integrado pelo Conselho de Defesa, pelo Conselho do Governo Federal, pelo Conselho de Segurança Nacional e pelos setores políticos, religioso e acadêmico, a criação de uma Zona de Defesa Integral da Guiana Essequiba.
Após os anúncios do governo venezuelano, o presidente guianês, Irfaan Ali, afirmou que o país irá acionar o Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (6).
Diante do quadro no país vizinho, o governo brasileiro enviou 20 tanques blindados para Roraima. A decisão foi tomada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
O possível conflito tem preocupado o governo brasileiro, que reforçou o Pelotão Especial de Fronteira de Pacaraima, de 70 para 130 homens. A inteligência da Polícia Federal também está atenta à situação e envia regularmente relatórios para embasar decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A disputa pelo território entre Venezuela e Guiana perdura por mais de 100 anos — desde o final do século 19 — onde residem 125 mil pessoas. Estima-se que a Guiana tenha cerca de 11 bilhões de barris de petróleo.