A cantora itabirana Maíra Baldaia venceu o Prêmio Arcanjo de Cultura 2023 na categoria ‘‘Especial’’. Maíra também havia sido indicada na disputa do melhor álbum, com seu último disco, “Obí”. A entrega da homenagem foi feita em São Paulo na noite da última segunda-feira (13).
Em entrevista à DeFato, Maíra celebrou e agradeceu: “Eu me sinto honrada e muito feliz com esse reconhecimento do meu trabalho, por ser premiada na categoria especial que homenageou trajetórias tão incríveis e inspiradoras! Muito feliz e emocionada! São 30 anos experimentando, aprendendo e vivenciando a arte, sendo 18 destes vivendo profissionalmente da música, da comunicação e do teatro. Esse prêmio dá combustível para seguir’’.
O prêmio
O Prêmio Arcanjo 2023 concedeu prêmios para os melhores da cultura em 2023, em cerimônia realizada no Teatro Sérgio Cardoso. A festa é uma iniciativa do jornalista e crítico Miguel Arcanjo Prado e o grande homenageado da noite foi o diretor e ator Zé Celso e seu Teatro Oficina. Zé Celso faleceu em julho de 2023.
Esta foi a quinta edição do prêmio, dividido em oito categorias, Artes Visuais, Cinema, Dança, Internacional, Música, Redes, Streaming TV e Teatro; além de 14 homenageados na categoria Especial, com artistas e instituições que se destacaram no ano.
Ao todo, foram 22 vencedores na noite.
ARTES VISUAIS: Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro – Sesc, Sesc São Paulo – Sesc Belenzinho – Pela histórica exposição dedicada a artistas negros brasileiros e cultura afrobrasileira.
CINEMA: Meu Nome É Gal, de Dandara Ferreira e Lô Politi – Por narrar a estrela incontestável do tropicalismo e liberdade em tempos de ditadura.
DANÇA: Último Ato, de Thiago Soares – Pela prestigiosa turnê do bailarino brasileiro consagrado no mundo.
INTERNACIONAL: Centro Cultural Afrika – Por dar voz a artistas africanos que contribuem para uma São Paulo cosmopolita sob direção de Yannick Delass.
MÚSICA: Filipe Catto – Belezas São Coisas Acesas Por Dentro – Pela delicada homenagem a Gal Costa em conexão com as novas gerações.
REDES: Marcos Machado – Por construir com inteligência um humor que reflete o brasileiro negro e periférico.
STREAMING TV: Metrópolis – TV Cultura – Pelos 35 anos do imprescindível e longevo programa cultural da TV brasileira.
TEATRO: Alguma Coisa Podre – Pelo musical impecável e de elenco potente sob direção de Gustavo Barchilon, produção de Renata Borges e Thiago Hofman.
ESPECIAL:
Zé Celso e Teatro Oficina – Pela grandeza histórica do maior gênio do teatro brasileiro e sua companhia com 65 anos de trajetória;
ADAAP – Associação dos Artistas Amigos da Praça e SP Escola de Teatro – Pelo livro Teatro de Grupo em Tempos de Ressignificação, org. Alexandre Mate, Elen Londero, Ivam Cabral e Marcio Aquiles;
APAA – Associação dos Artistas Amigos da Arte – Pela inestimável contribuição à cultura com Glaucio Lima, na direção, e Luis Sobral, na presidência do Conselho;
Aline Torres – Pela constante descentralização da cultura na cidade de São Paulo, com valorização da arte das periferias;
Bruno Motta – Por ser força motriz do humor stand up no Brasil, incentivador de novos talentos e criador da Gongada Drag;
Guta Nascimento – Pela trajetória inspiradora no jornalismo como exímia migrante digital que se destaca na web.3, o que faz dela um bastião para novas gerações;
Ikaro Kadoshi – Pelo destaque como comunicadora, apresentadora do Caravana das Drags e criação do Drag Brunch Brasil;
Letícia Soares – Por fazer história como Elsa negra no musical Frozen e brilhar no musical Iron – O Homem da Máscara de Ferro e em sua carreira solo como cantora de inigualável voz;
Marilia Marton – Pelo estímulo de ações no Estado de São Paulo que promovam o desenvolvimento da economia e indústria criativas (representada por Marcelo Henrique de Assis);
Maíra Baldaia – Obí – Pela potente homenagem às mulheres e ancestralidade negra em um álbum afro pop;
Marllos Silva – Pelas 10 edições do Prêmio Bibi Ferreira e o livro Teatro Musical em São Paulo 2000-2020, que fortalecem as artes cênicas;
Núcleo Iêê – Num Corre, de Rafael Oliveira – Pela potência que une capoeira, dança, música e poesia na construção cênica;
Tellé Cardim – Pela histórica contribuição ao jornalismo cultural desde os tempos dos Festivais da Record nos anos 1960 e dedicação estimulante à qualidade da profissão;
Tiago Barbosa – Pelo retorno triunfal ao Teatro Brasileiro após fazer história internacional nos palcos da Espanha e brilho nas peças Clube da Esquina, Wicked, Iron – O Homem da Máscara de Ferro e The Boys in the Band.