Mano Menezes não é um treinador ruim. Embora seus times não joguem um futebol exatamente bonito, dificilmente conseguimos taxá-los como desorganizados. Algum padrão de jogo sempre tem.
Por isso, lamento pela falta do “passo a mais” em sua carreira. Apesar do recente bicampeonato da Copa do Brasil (2017/2018) pelo Cruzeiro, Mano Menezes possui potencial para mais, e seus times são uma amostra disso. Em Minas, por exemplo, montou um time que costumava jogar bem até marcar o primeiro gol. A partir daí, todos atrás da linha da bola e orações para o jogo acabar o mais rápido possível.
Tamanha falta de apetite incomodava demais o torcedor, acostumado a um futebol ofensivo e bonito. Estamos falando de um dos poucos treinadores brasileiros com Licença UEFA PRO.
Nesta quinta-feira (28), Mano Menezes assume o Corinthians. Clube que é dono da segunda maior torcida do país e de um potencial de arrecadação absurdo, inclusive por ter sua própria arena. Mas afundado em grave crise financeira.
Conquistas recentes à parte, o Timão sofre hoje as consequências de seguidas administrações ruins, quase todas relacionadas ao mesmo grupo político encabeçado por Andrés Sanchez. O resultado se vê em campo: um time com ótimos valores individuais que ocupa a 11ª colocação.
Diante disso, Mano Menezes inicia o novo trabalho com um foco prioritário: evitar uma eventual briga do Corinthians contra o rebaixamento. Muito pouco para um clube e um treinador que poderiam ser muito mais.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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