Márcio Lacerda está fora da corrida pelo Governo de Minas. Em carta postada nas redes sociais e enviada à imprensa, o ex-prefeito de Belo Horizonte atacou o acordo costurado por seu partido, PSB, com o PT, e afirmou que a insegurança jurídica criada em torno da situação traria consequências graves à campanha. Ele ainda anunciou sua desfiliação à legenda socialista.
O acordo foi acertado pelas executivas nacionais de PSB e PT. Pelo que foi conversado, o PSB não lançaria candidato em Minas Gerais, para não atrapalhar a tentativa de reeleição de Fernando Pimentel (PT), e o PT retiraria sua candidatura em Pernambuco, base histórica da alta cúpula pessebista.
Na carta, Lacerda diz que a “velha política conseguiu me tirar dessa eleição”. O agora ex-candidato afirmou que “dois comandos partidários, de forma antidemocrática e arbitrária, fizeram, na calada da noite, nos porões sombrios dos gabinetes em Brasília, o mais podre dos conchavos políticos”.
Márcio Lacerda citou que resistiu à decisão, lutou e chegou a registrar a candidatura, aglutinando apoio de outras legendas em torno de seu nome, mas que a impossibilidade de julgamento definitivo do assunto no âmbito da Justiça Eleitoral conduziria essa insegurança jurídica até a véspera do primeiro turno. “Esse prazo alongado dificulta e muito a mobilização de apoiadores e, especialmente, tornará muito fragilizada a situação dos candidatos a deputado do PSB, que estão, contra sua vontade, presentes em duas coligações”, afirmou o político.
No acordo costurado entre PSB e PT, foi oferecido a Lacerda disputar uma das duas vagas mineiras ao Senado pela coligação de Fernando Pimentel, mas ele não aceitou. O ex-prefeito de BH diz que sua campanha estava consolidada como alternativa à polarização petista/tucana e, na carta de renúncia, reafirma que não estará no grupo do atual governador.
“Aproveito este comunicado para também anunciar a minha desfiliação do Partido Socialista Brasileiro, ao qual nos últimos onze anos fui filiado, honrando com dignidade seus princípios e valores. Infelizmente, este conchavo de sua direção nacional terá reflexos ainda mais profundos no PSB e, principalmente, nos olhos de quem enxergava neste partido alguma coisa diferente na vida partidária deste país”, escreveu.