O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), participou do 37º Congresso Mineiro de Municípios, na última quarta-feira (1º). Na ocasião, ao participar de um painel voltado às práticas de reconversão produtiva, abordou a mineração sustentável e a importância de as empresas do setor deixar um legado positivo nas cidades em que atuam — a declaração aconteceu no mesmo dia em que a Vale completou 80 anos de mineração em Itabira. O evento aconteceu no Expominas, em Belo Horizonte.
“São 80 anos da Vale e 80 anos de mineração em Itabira. Muitos ainda dizem o contrário, mas não é a Vale a mãe de Itabira, Itabira é a mãe da Vale. E o que a gente tem discutido, inclusive com a direção da empresa, é de que chegou a hora dessa filha rica, bem criada e desenvolvida, cuidar da mãe. É o modelo que acreditamos e que pode ter Itabira como uma percussora na mineração”, comentou Marco Antônio Lage.
Itabira integra o Projeto Estadual de Reconversão Produtiva em Territórios Minerados, programa criado por entidades como a Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig), Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Fundação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e Governo de Minas Gerais.
O projeto busca apoiar os municípios que têm suas economias fortemente ancoradas na mineração a identificarem novas possibilidades de sustentação econômica e desenvolvimento local. Desde o ano passado, o projeto envolve lideranças do município em diversas atividades.
Ao falar para líderes dessas entidades e demais convidados, Marco Antônio Lage fez uma análise da mineração em Itabira ao longo das oito décadas de extração e lamentou que muito pouco tenha sido feito em anos passados para a garantia da diversificação. Agora, com data estipulada para exaustão mineral em 20 anos, a tarefa é construir o novo cenário econômico no tempo mais curto possível.
“Itabira já cedeu à Vale mais de 2 bilhões de toneladas de minério de ferro nestes anos de mineração. Se pensarmos em compensações, incluindo financeiras, o que recebemos é muito, mas muito distante desse montante. E este não é um discurso contra a mineração. Nada disso! É um discurso por um novo modelo de mineração que considere deixar legados às comunidades impactadas. Precisamos mudar o comportamento”, declarou o prefeito itabirano.
Outros debates
Marco Antônio Lage também participou do painel “Atuação do Ministério Público na Defesa do Meio Ambiente – Cenário Atual das Atividades de Mineração no Estado de Minas Gerais”. O debate contou com a participação de outros prefeitos de cidades mineradoras, representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e de entidades ligadas ao setor.