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Marcos Alcântara prevê problemas quanto a projeto de Heraldo que proíbe eventos próximos a igrejas

Marcos Alcântara

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Como era de se esperar, o superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Marcos Alcântara, não aprovou a proposta de Heraldo em proibir eventos públicos ou privados próximos a templos religiosos. Em trâmite na Câmara, o projeto de lei 127/2023 estabelece a distância mínima de 200 metros entre as festas e as igrejas.

Para Marcos Alcântara, a ideia de Heraldo se choca com as características de Itabira, uma cidade histórica. A declaração foi dada na reunião de comissões da Câmara da última segunda-feira (11).

“Como eu disse, na verdade estamos falando de uma cidade histórica. E se a gente pegar as características das cidades históricas, sabemos que para o que estamos buscando para Itabira, que é o turismo cultural, nós vamos ter alguns problemas a serem discutidos sobre o projeto do Heraldo, sim. Tenho um carinho enorme pelo Heraldo, ele sabe disso, mas o que se vende no turismo cultural é essa parte histórica. Onde se situam, principalmente, as igrejas barrocas”, opinou.

O superintendente da FCCDA – principal promotora de atividades culturais no município – sugeriu que fosse poupado do projeto, pelo menos, o centro histórico itabirano. “Eu gostaria que tivesse uma ressalva, se fosse possível, que a gente pudesse aproveitar a parte histórica da nossa cidade. Que não se perturbasse, por exemplo, o entorno dos bairros, mas que a parte histórica pudesse, sim, ter atividades culturais”, enfatiza.

Isso porque, segundo Alcântara, esta região da cidade exerce papel fundamental, por exemplo, na tão comentada diversificação econômica de Itabira.

“Eu acho o centro histórico muito importante para a diversificação econômica de Itabira, pois o que se vende em Ouro Preto, Tiradentes e Paraty é essa cenografia. E Itabira não pode deixar isso passar”, finaliza.

Proposta surgiu um dia após o fim do Flitabra, promovido ao lado da Catedral. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Indignação

O projeto de Heraldo Noronha surgiu após a realização do III Flitabira, promovido ao lado da Catedral Diocesana em novembro.

“Esse projeto visa proteger os templos religiosos de algazarra, de bagunça e falta de respeito. Muitas vezes eles fazem uma festa perto do templo religioso, como está acontecendo agora na Catedral. E aquelas pessoas que estão na festa depois vão na porta da igreja, fazem coisas que não podem. Jogam algumas coisas que no outro dia as pessoas da limpeza terão que tirar, então está sendo uma falta de respeito”, chegou a dizer o petebista há pouco mais de um mês.

O presidente da Câmara, Heraldo Noronha. Foto: Gustavo Linhares/DeFato

Na mesma ocasião, o presidente da Câmara mencionou sua própria dificuldade em se concentrar na missa enquanto as atividades do festival literário eram promovidas.

“Ontem mesmo, na hora da missa de 19h, no momento da liturgia, a gente não sabia se prestava atenção na liturgia ou se escutava o rito da festa promovida, o Flitabira. Se quiser fazer a festa é bem vindo, mas tem outros lugares para fazer. Que façam na frente do Bradesco, perto da rodoviária, mas na frente de qualquer templo religioso é um absurdo com as nossas igrejas”.

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