O ranqueamento do tiro com arco foi de bons resultados para os brasileiros na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Esperança nacional, Marcus D’Almeida fechou na 17ª colocação, um pouco abaixo de suas expectativas, mas como sua melhor marca olímpica, enquanto Ana Luiza Caetano, primeira brasileira em ação na Olimpíada, bateu recorde pessoal e se garantiu no 19º posto. Eles ainda disputam as duplas mistas e se garantiram com a 10ª melhor marca do dia — 16 avançaram ao mata-mata, agendado para dia 2 de agosto. O duo terá pela frente uma parceria do México.
Ver o líder do ranking mundial com a 17ª posição pode soar como resultado ruim, mas foi a melhor marca de classificação da história olímpica de Marcus D’Almeida, superando bastante os 658 pontos no Rio-2016 e dos Jogos de Tóquio, disputados em 2021, no qual avançou com 651.
Em 12 rodadas, o brasileiro que busca uma medalha inédita, conseguiu 673 pontos. O melhor do dia foi o sul-coreano Kim Woojin, com 686 pontos. Já Ana Luiza atingiu pela primeira vez na carreira os 660 pontos.
“O principal era classificar a equipe mista, o que a gente fez. O classificatório não considero totalmente ruim, estou feliz com a minha performance hoje”, afirmou Marcus D’Almeida. “Queria fazer acima de 80, foi 73, ok, vamos embora para o próximo”, completou.
O arqueiro não se adaptou muito ao vento nesta quinta-feira (25). Mas celebrou a previsão de melhora do tempo nos próximos dias. “A previsão é esquentar o tempo e o vento dar uma estabilidade”, disse. “Vai ficar mais quente e o vento dará uma acalmada”, completou.
O arqueiro admitiu que a ideia no ranqueamento era a de ficar mais próximo do centro do alvo e se satisfez com a performance: “São poucos tiros ali, tem a pressão de verdade, se você está com alguma dúvida, se tem alguns que vão lá sem saber como… Hoje dei tiros conscientes, sabia o que estava fazendo, só tive os problemas de altos e baixos que foi pequeno”.
Nos combates de mata-mata, o arqueiro brasileiro terá pela frente o ucraniano Mykailo Usash, 48º garantido, com 651. Apesar de ter um embate de mata-mata em tese tranquilo, Marcus D’Almeida pode cruzar com um sul-coreano – dominam a modalidade – já nas oitavas de final.
Em sua primeira olimpíada, a jovem Ana Luiza Caetano, de 21 anos, anotou sua melhor marca internacional em dia de recorde mundial da sul-coreana Sihyeon Lim, com impressionantes 694 pontos nos 12 rounds de seis tiros. Avançar com 660 pontos foi motivo de orgulho e celebração da brasileira.
“Foi feliz demais esse início ao ser a primeira atleta do Brasil a competir nestes Jogos. Eu me inspiro muito em muita gente que vi aqui. Andar na Vila, encontrar com a Rebeca (Andrade, da Ginástica Artística), dividir o quarto com a Bia (Haddad, do Tênis). Estou nas nuvens, estou com meus heróis. Saber que estou abrindo a competição é uma honra. Espero trazer boa sorte para todo mundo”, comemorou a arqueira, que explicou a tática para superar o nervosismo.
“Foi uma prova muito intensa e puxada mentalmente. É a parte mais longa do tiro com arco, não é a minha prova preferida, eu gosto mais dos combates. Eu estava ali tentando trazer um pouco dessa energia e dessa dinâmica dos combates ao atirar três flechas, depois mais três para estabelecer um ritmo. Deu certo, foi bom. Consegui aproveitar e ser feliz”, explicou.