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Mariana retoma com atividades da Samarco após cinco anos do rompimento da barragem

Mariana retoma com atividades da Samarco após cinco anos do rompimento da barragem

Foto: Facebook Duarte Júnior

O prefeito de Mariana, Duarte Júnior (Cidadania), informou nesta sexta-feira (11) que um acordo foi celado com a empresa Samarco, para que atividades da mineiradora sejam retomadas no município. Após cinco anos da tragédia do rompimento da barragem de rejeito no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. Na ocasião, 19 pessoas morreram, diversos danos naturais foram causados, famílias desabrigadas e, até hoje, acordos judiciais sem resolução com a vítimas.

No gabinete do líder do Executivo, o presidente da Samarco, Rodrigo Alvarenga Vilela, esteve presente para o acordo. O vice-prefeito, Newton Godoy, também compareceu a reunião, assim como o Gerente Geral de Sustentabilidade, Daniel Medeiros, e o Gerente de Relações Institucionais, Rodolpho Samorini. Vale ressaltar que a barragem da Samarco tem como donas as empresas Vale e BHP Billiton.

 

Necessidade

Em publicação no Facebook pessoal dele, Duarte Júnior ressaltou que Mariana necessita da empresa Samarco para a geração de empregos e renda no município.

“Não haverá cerimônia ou evento para marcar o momento, respeitando as normas e também todos os familiares e vítimas do rompimento da barragem. Nossa economia vem melhorando, dentro do possível, mas reconheço a importância da mineradora na geração de emprego neste momento e tenho a certeza que o reflexo deste retorno será positivo para milhares de famílias e, consequentemente, para toda cidade”, enfatiza o prefeito.

Relembre 

Em agosto de 2016, após o rompimento da barragem, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) havia suspendido as licenças da empresa para atuação no município. A tragédia proporcionou o lançamento de cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos no meio ambiente. Além disso, o mar de lama evadiu o Rio Doce e desaguou no oceano no Espírito Santo, causando a mortandade e outros desastres naturais.

O interesse em voltar a atuar na barragem do Vale do Fundão, local da tragédia, era tratado desde setembro de 2018. Em nota divulgada à DeFato, a Samarco ressalta o desejo.

“Possíveis utilizações futuras da área de Fundão demandarão, além da compreensão das causas do acidente, estudos de viabilidade”. “Caso se mostrem viáveis, tais estudos serão submetidos aos órgãos ambientais”, finalizou a empresa.

No dia 25 de outubro de 2019, a Samarco recebeu a Licença de Operação Corretiva (LOC) para suas atividades operacionais no Complexo de Germano, localizado em Minas Gerais. A licença foi aprovada pela Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM). Em nota, a empresa ressaltou que obtenção da LOC significa que a Samarco possui todas as licenças ambientais necessárias para reiniciar suas operações. “Este passo importante demonstra o compromisso da empresa em reiniciar suas operações de forma segura e sustentável”, finaliza.

Amnésia social

Ademais, os responsáveis pelo holocausto ainda não foram julgados. Em 2019, a Justiça retirou do processo o crime de homicídio, deixando muitas pessoas indignadas. Até o momento, comunidades não conseguiram se recuperarem em todos os aspectos e a fauna e a flora não foram recuperadas.

As 19 pessoas que morreram na tragédia foram tratadas pela Justiça como “consequência da inundação causada pelo rompimento da barragem”.

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