Cientistas do Instituto de Oceanologia Shirshov, em Moscou, na Rússia, fizeram significativa descoberta ao identificar uma massa de água anteriormente não observada no Oceano Atlântico, nomeada de Água Equatorial Atlântica (AEA). A descoberta é um avanço na compreensão da dinâmica dos oceanos do mundo, em especial no contexto das águas equatoriais.
Essas águas são seções únicas do oceano que se formam ao longo do equador e a sua significância é porque separam corpos de água ao norte e ao sul. Antes dessa descoberta, havia conhecimento dessas águas nos oceanos Pacífico e Índico, que foram identificadas em coletas de dados de salinidade e temperatura.
No entanto, a descoberta de massa similar no Atlântico permanecia elusiva (enganoso), representando um desafio para os oceanólogos.
Essa lacuna no conhecimento sugeriu que o Oceano Atlântico se comportava de maneira diferente do Pacífico e Índico, uma suposição que tinha implicações para a compreensão do comportamento oceânico global.
A descoberta da AEA foi possível por meio dos dados fornecidos pelo programa internacional Argo, lançado em 1998 e que coleta dados oceânicos utilizando-se de plataformas robóticas.
Esses instrumentos derivam com as correntes oceânicas e se movem entre a superfície e um nível intermediário de água, coletando informações críticas sobre sobre o interior dos oceanos.
Ao se reexaminar as massas de água utilizando dados de alta confiabilidade e de grande volume do Argo, permitiu-se a identificação da AEA na principal termoclina do Atlântico Equatorial.
A termoclina é uma camada de transição crucial entre a água superficial quente e a água profunda mais fria.
Viktor Zhurbas, oceanólogo do Instituto Shirshov e coautor do estudo, e sua equipe se concentraram em perfis de temperatura e salinidade para refinar e complementar um diagrama detalhado de temperatura-salinidade volumétrica dos primeiros dois mil metros do Atlântico, numa abordagem que permitiu que detectassem a AEA oculta, que separa os Atlântico norte e sul aproximadamente ao longo do equador.
A importância dessa descoberta vai além da identificação de uma nova massa de água. Essas áreas do oceano, incluindo a recém-descoberta AEA, atuam como reservatório de calor, sal e gases dissolvidos, essenciais para entender a variabilidade climática.