Subiu para 10 o número de denúncias contra o médico mastologista Danilo Costa, acusado dos crimes de estupro e importunação sexual, além de outras práticas contra a dignidade sexual de cinco pacientes e cinco funcionárias de um hospital em Itabira. A informação foi dada nesta sexta-feira (7), durante entrevista coletiva realizada na Delegacia Regional de Itabira com o Delegado João Martins Teixeira.
A décima denúncia é de uma itabirana e surgiu através da assistente virtual “Chame a Frida”. Até o momento, as vítimas que se apresentaram à Polícia Civil têm entre 29 e 52 anos, são de Itabira e João Monlevade, e relataram que os abusos foram cometidos durante os atendimentos médicos ou enquanto transitavam pelas dependências da unidade de saúde. Uma das denúncias trata de conjunção carnal forçada, enquanto as demais são relacionadas a outras práticas abusivas, como falas e toques inapropriados. O relato mais antigo de abuso feito pelo médico é de 2015.
Segundo o delegado, algumas vítimas só perceberam que haviam sofrido abusos após visitarem outros médicos e perceberem que o procedimento feito por Danilo Costa não era normal. Para João Teixeira, algumas mulheres também demoraram a denunciar por medo de exposição, temor de serem desacreditadas ou até mesmo, de perderem seus empregos. Questionado pela DeFato se o médico também ameaçava as vítimas para que elas ficassem em silêncio, João Teixeira afirmou: “A gente trabalha sempre com a hipótese que ele acreditava que a impunidade viria em razão do status, que ele acreditava que isso nunca chegaria ao conhecimento das autoridades”.
Ontem (6), a Justiça já havia acatado um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para manter o homem detido preventivamente no presídio de João Monlevade. Como o Código de Processo Penal determina que, após a prisão preventiva, o inquérito policial deve ser finalizado em até 10 dias, a Polícia Civil de Itabira deve finalizar as apurações das denúncias até a próxima quarta-feira (12) – data em que o prazo é encerrado.
Além da prisão preventiva, a Polícia Civil também apreendeu dois telefones celulares do médico – que se recusou a prestar depoimento por duas vezes, se recolhendo ao silêncio. João Martins Teixeira também afirmou que já foi verificado durante as investigações um comportamento padrão por parte do suspeito, que cometia as condutas abusivas em um período em que o hospital não estava tão cheio, sempre às escondidas, ou dentro do consultório sem nenhuma testemunha presente.
“Algumas pacientes chegaram até nós muito fragilizadas, algumas até fazendo acompanhamentos oncológicos. a característica que a gente percebeu em todas essas vítimas é a fragilidade, a vulnerabilidade extrema”, disse.