Meninos de Belford Roxo: polícia acha ossada depois de denúncia
Perícia vai tentar identificar se ossos são de Lucas Matheus, Alexandre ou Fernando Henrique, sumidos há 7 meses
Nessa sexta-feira (30), policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) encontraram uma ossada enquanto fazia buscas em uma área próxima a uma ponte em Belford Roxo. No local, supostamente, teriam sido deixados sacos com os corpos dos meninos Lucas, Alexandre e Fernando, desaparecidos há sete meses.
Segundo informações divulgadas pelo portal G1, os ossos encontrados podem ser de costelas e estariam dentro de um saco preto. O material foi levado para perícia para ser analisado. O local onde a polícia continua realizando as buscas foi apontado, essa semana, por um denunciante que teve sua identidade preservada.
Ele se apresentou à polícia, na quarta-feira (28), acusando o próprio irmão de ter participado da ocultação dos corpos dos três meninos desaparecidos no final de 2020. Desde então, a Polícia Civil busca informações do paradeiro de Lucas Matheus, de 9 anos; Alexandre Silva, 11; e Fernando Henrique, 12.
O homem declarou que os meninos teriam sido espancados e mortos a mando de José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como “Piranha”. Em seguida, um saco com os corpos teria sido jogado de uma ponte. Ele disse ainda que o próprio irmão participou da ocultação.
De acordo com o denunciante, o crime contra as crianças teria sido motivado por conta do roubo de uma gaiola de passarinho. Essa hipótese já foi investigada pela polícia.
Entenda o caso
Lucas Matheus, Alexandre Silva e Fernando Henrique sumiram no dia 27 de dezembro depois que saíram para brincar. Nesse período, os agentes já trabalharam com várias linhas de investigação, entre elas a de que as crianças tenham sido vítimas de traficantes da região.
Outra hipótese é a de que os meninos tenham sido mortos após um deles ter roubado uma gaiola de passarinho de um parente de um dos traficantes do Castelar, onde moram. Várias operações e buscas já foram realizadas. Informações falsas e trotes que chegam pelo Disque Denúncia também atrapalham o trabalho dos investigadores.
Os meninos foram vistos pela última vez em uma feira no bairro da Areia Branca. Como as crianças não voltaram para almoçar, as famílias começaram as buscas por conta própria. Eles percorreram locais como hospitais, IML e delegacias. Também postaram fotos das crianças nas redes sociais.
Sem pistas, as mães dos meninos foram à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense para pedir ajuda. A polícia iniciou as investigações e a busca por imagens de câmeras de segurança, mas não achou nada. As primeiras testemunhas só foram ouvidas uma semana depois.
No dia 20 de julho, a PM prendeu um homem que teria envolvimento no caso. Conhecido como “Rabicó”, porém ele não consta nas investigações da Polícia Civil sobre o caso. Além disso, dez suspeitos viraram réus por torturar um homem acusado injustamente pelo sumiço dos meninos.
Segundo a polícia, o homem é inocente e foi espancado e surrado a mando de traficantes de uma organização criminosa. Entre os denunciados, está o tio de Lucas e Alexandre, que teria atraído o homem até o local onde ele foi agredido pelo grupo. No grupo está também Wiler Castro da Silva, vulgo “Estala”, gerente do tráfico de drogas do Castelar.
Apesar da Polícia Civil ter criado uma força-tarefa para as investigações, até agora, ninguém sabe o que de fato aconteceu com as crianças.