Durante evento no Partido Liberal Mulher (PL), em Fortaleza, Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, afirmou, em discurso, que se esforçou para não ser uma “viajante turista”.
“Eu não queria ser uma boneca de enfeite ou uma viajante turista. Nós temos consciência do dinheiro público. Quero chegar para trabalhar, é uma vocação que tenho. Nem todo mundo tem”, declarou Michelle Bolsonaro.
A declaração de Michelle é uma insinuação às constantes viagens da primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, por acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em compromissos internacionais.
O último compromisso de Lula na companhia de Janja foi em Havana (Cuba) e, em seguida, em Nova York (EUA), quando o presidente participou do encontro do G77 e da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em setembro, Janja acompanhou o presidente em sua viagem à Índia, quando, ao desembarcar em Nova Dhéli, disse que “seria preciso segurá-la, pois iria sair dançando”. Depois de críticas, Janja apagou de seus perfis nas redes sociais o vídeo em que fazia tal afirmativa.
O contraste entre Michelle Bolsonaro (mais comedida) e Janja (mais extrovetida) tem sido motivo de críticas e causado repercussão nas redes sociais.
Na recente visita de Janja a Lajeado (RS), cerca de 100 km de Porto Alegre, um grupo de manifestantes gritou o nome de Michelle e dirigiu palavras ofensivas à primeira-dama.
Janja acompanhava uma comitiva do governo federal ao Rio Grande do Sul, que em setembro sofreu inundações com fortes chuvas num ciclone extra-tropical que atingiu algumas cidades gaúchas, com perda de 49 vidas e centenas de desabrigados.
Lula não foi ao Rio Grande do Sul devido a cirurgia no quadril a qual foi submetido no final da última semana.