As negociações para o novo acordo coletivo entre a mineradora Vale e os seus colaboradores não têm sido fáceis. Na segunda-feira (1º), alguns dos principais sindicatos de trabalhadores da indústria mineral divulgaram um manifesto unificado em repúdio à proposta e à postura da multinacional durante as tratativas. Na nota, as centrais sindicais denunciam que há uma pressão para que os funcionários do setor aceitem uma proposta trabalhista “com trágico arrocho no valor real dos salários”.
“A Vale vem sufocando os trabalhadores com covarde pressão para que todo engulam um Acordo Coletivo de Trabalho com um trágico arrocho no valor real dos salários, ticket, e dos direitos estabelecidos em cláusulas socioeconômicas”, diz trecho da nota enviada para a imprensa.
Assinam o manifesto: Sindicato Metabase de Itabira e Região, Sindicato Metabase de Mariana, Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais (SINDFER), Sindicato dos Trabalhadores nas Industrias Extrativas de Corumbá e Ladário e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Belo Horizonte.
“Em suas publicações internas, a empresa vem repetindo um verdadeiro mantra de que nossos salários estejam num nível 4% acima do praticado no mercado. Apesar de termos uma disparada de preços, com o INPC que já ultrapassa a casa dos 10% para a data-base em 1º de novembro, a empresa oferece míseros 7% de reajuste, índice que vem sendo praticado quase que semanalmente nos reajustes dos combustíveis”, aponta outro trecho do manifesto.
Proposta rejeitada
Na última terça-feira de outubro (26), em reunião por meio de videoconferência, o Sindicato Metabase de Itabira e Região recusou a segunda proposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentado pela mineradora Vale. De acordo com o presidente da unidade sindical, André Viana, a multinacional acrescentou o índice de 1% ao valor inicial de reajuste salarial, saindo de 6% para 7%.
“Inaceitável! Depois de apresentar um reajuste [salarial] de 6%, ela [Vale] apresenta mais um por cento. Não tenho condições de apresentar isso em assembleia”, disse André Viana na ocasião, rejeitando os termos colocados pela mineradora.