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Ministério Público move 11 ações contra mineradoras por danos ambientais na Serra do Espinhaço; saiba mais

Ministério Público move 11 ações contra mineradoras por danos ambientais na Serra do Espinhaço; saiba mais

Foto: Divulgação/MPMG

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou 11 Ações Civis Públicas (ACPs) na última quinta-feira (19) contra mineradoras que operam de forma irregular na Serra do Espinhaço, na região de Diamantina, no Campo das Vertentes. Reconhecida como Reserva Mundial da Biosfera pela Unesco, a área sofreu graves impactos ambientais atribuídos à extração ilegal de quartzito e outras rochas ornamentais.

Danos ambientais e valores das indenizações

Entre os problemas apontados estão a supressão de vegetação nativa dos biomas Cerrado e Mata Atlântica, intervenções em recursos hídricos, destruição de áreas de proteção ambiental, e impacto a espécies ameaçadas de extinção. Um dos casos mais alarmantes é o dano irreversível à caverna Lapa do Caboclo, em Diamantina.

As ações exigem R$ 82,6 milhões em indenizações por danos ambientais, morais coletivos e enriquecimento ilícito das empresas. Segundo o MPMG, as atividades foram conduzidas sem estudos ou licenciamento ambiental, agravando o impacto no ecossistema.

Importância da Serra do Espinhaço

A promotora de Justiça Luísa Carla Vilaça Gonçalves Guimarães enfatizou a relevância ecológica e cultural da Serra do Espinhaço. “A serra abriga uma biodiversidade única, é essencial para o equilíbrio hídrico e ainda guarda um vasto patrimônio arqueológico. A degradação dessa área representa uma perda inestimável para o meio ambiente e para a sociedade”, destacou.

A promotora Luciana Teixeira Guimarães Christofaro, da Promotoria do Meio Ambiente de Diamantina, alertou para os riscos à conservação hídrica. “A Serra do Espinhaço alimenta importantes bacias hidrográficas, incluindo os rios São Francisco e Jequitinhonha, e possui mananciais cruciais para a recarga do Aquífero Urucuial, que abastece diversas regiões do País”.

Medidas e penalidades

Além das indenizações, o MPMG solicita a paralisação imediata das atividades ilegais, a recuperação das áreas degradadas e o cumprimento de normas ambientais. A continuidade do descumprimento poderá acarretar penalidades mais severas.

Impactos irreversíveis

O MPMG reforçou que a regeneração natural das áreas atingidas é lenta e que os danos podem perpetuar o desequilíbrio ambiental por décadas. A ação visa não apenas responsabilizar os envolvidos, mas também proteger o que resta de um ecossistema considerado frágil e insubstituível.

Confira a lista das empresas citadas nas ações: 

1. Diamantina Mineração e Cia LTDA (Acayaca Stone Group Mineração) 

Danos registrados nas Fazendas Forquilha e Caralhete, Sítios Córrego do Jacaré, Paraíso do Batatal e Lavrinha, todos situados em Diamantina/MG. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

2. Planejar Engenharia de Projetos e Negócios LTDA 

Danos registrados na Fazenda Ouro Verde, zona rural do Município de Presidente Kubitschek/MG. Dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito, sem valoração

3- Geeraldo Rocha

Dano registrado em Ribeirão Batatal, em Diamantina/MG. R$ 598.279,27 por dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito

4- Toledo Mineração

Dano registrado na Fazenda Brioso, localidade do Batatal, em Diamantina/MG. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

5- Treviso Mineração LTDA e Crystal Gems Mármores e Granitos LTDA

Dano registrado na Fazenda Andorinha, no município de Diamantina. R$ 2 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

6- Mineração Gemma Brazil Quartziots LTD e R2 Mineração LTDA

Dano registrado no Sítio Vargem Grande/Poço Fundo, em Datas/MG. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

7- Imperiale do Brasil Pedras Naturais LTDA

Dano registrado na Fazenda dos Criolos, na região da Serra do Espinhaço. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

8- Apache Mineração LTDA 

Dano registrado na Fazenda Andorinha, município de Monjolos/MG, no interior da Área de Proteção Ambiental do Quebra Pé. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

9- Mineração Gavea LTDA 

Dano registrado na Fazenda Galheiro, Fazenda Galheiro Velho e Fazenda Mato do Tamanduá, localizadas no Município de Diamantina/MG. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

10- Minerarfal Minas Mineradora LTDA 

Dano ambiental na Fazenda Lambari Dourado, na localidade Campo das Flores. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

11- Vitoria Mining – Mineração, Importação e Exportação LTDA 

Dano ambiental na Fazenda Riclava, Comunidade de Santa Cruz, no Município de Datas/MG. R$ 10 milhões pelos danos ambientais, inclusive o dano moral coletivo e a restituição pelo enriquecimento ilícito.

* Com informações do MPMG.

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