Nomes importantes do Partido Democrata têm se manifestado, desde o último domingo (21) em apoio à indicação de Kamala Harris, atual vice-presidente dos Estados Unidos, à sua candidatura à Casa Branca na eleição de 5 de novembro, em substituição ao presidente joe Biden, que, pressionado, desistiu de concorrer à reeleição.
No entanto, a ausência de manifestação do ex-presidente Barack Obama (2009-2027) sobre a indicação de Kamala não passa despercebida no mundo político americano.
O nome de Kamala foi endossado por Joe Biden, que declarou total apoio à sua vice na corrida eleitoral, logo após desistir da campanha para enfrentar Donald Trump (Repubicano).
Nomes fortes do Democratas, como o do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) e sua mulher, Hillary Clinton, ex-secretária de estado e candidata do partido em 2016, além de vários outros nomes de destaque da legenda, no Senado e na Câmara.
Diversos governadores democratas demonstraram apoio ao nome de Kamala, como Gavin Newson (Califórnia), Gretchen Whitmer (Michigan), J.B. Pritzker (Illinois), And Beshear (Kentucky), Wes Moore (Maryland), Jos Shapiro (Pennsylvania), Roy Cooper (Carolina do Norte) e Tim Walz (Minnsesota).
Nome influente no partido, Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara, disse em comunicado sobre Kamala Harris: “É com imenso orgulho e otimismo ilimitado no futuro de nosso país que eu endosso Kamala Harris para presidente dos Estados Unidos”.
Em um tributo a Joe Diden, seu ex-vice-presidente, Obama postou: “Navegaremos em águas desconhecidas nos próximos dias, mas tenho confiança extraordinária de que os líderes do nosso partido serão capazes de criar um processo do qual emergirá um candidato excepcional”.
Obama destacou Biden como um dos presidentes mais importantes da América, bem como um querido amigo e parceiro, e um patriota do mais alto nível, que tem o direito de concorrer à reeleição e acabar o trabalho que começou.
“Joe nunca desistiu de uma luta. Olhar para o cenário político e decidir que deveria passar a tocha para um novo candidato é certamente uma das coisas mais difíceis de sua vida. Acredito que a visão de Joe Biden de uma América generosa, próspera e unida, que ofereça oportunidades para todos, está plenamente visível na Convenção Democrata, em agosto. E espero que cada um de nós esteja preparado para levar essa mensagem de esperança e progresso até novembro e além”.
Embora Obama chame a atenção pela não manifestação, até agora, a Harris, analistas políticos lembram que ele adotou a mesma postura nas eleições de 2020, quando resistiu a pressões para que apoiasse Biden, antes que o pré-candidato Bernie Sanders desistisse da indicação do partido à disputa.
O cientista político, MIcahel Traugott, professor da Universidade de Michigan, disse à BBC News Brasil, que é uma característica de Obama a cautela ao longo de sua carreira política no apoio a candidatos à disputa presidencial. “Portanto, não me surpreende que ele ainda não tenha apoiado Kamala Harris, mas não tenho dúvidas de que ele a apoiará totalmente quando sua indicação forma formalizada pelo partido”.
O analista político lembra que Harris ainda não é ‘tecnicamente’ a candidata democrata, o que só poderá ocorrer quando os 4.672 delegados do partido decidirem a quem oficializar realmente representante da legenda na disputa à presidência da República.
O processo competitivo do partido na convenção nacional acontece nos dias 19 a 22 de agosto, em Chicago.
No X, Harris, Kamala Harris disse estar “honrada por ter o endosso do presidente” e que sua intenção é merecer e conquistar essa indicação para ser a candidata do partido.