Moradora de Itabira dá à luz à primeira filha aos 64 anos

Norma Maria de Oliveira passou por uma fertilização in vitro e agora curte nos braços a pequena Ana Letícia, nascida em Belo Horizonte

Moradora de Itabira dá à luz à primeira filha aos 64 anos
Pequena Ana Letícia chegou a mundo com saúde – Foto: Origem Fotografia
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A última terça-feira, 10 de abril, foi especial para a procuradora da Prefeitura de Itabira, Norma Maria de Oliveira. Natural de João Monlevade, mas há anos na terra de Drummond, ela deu à luz a sua primeira filha aos 64 anos no Hospital Octaviano Neves, em Belo Horizonte. O feito foi comemorado pela nova mamãe e pela equipe médica que acompanhou a gravidez e o parto.

A pequena Ana Letícia é fruto de uma fertilização in vitro. Os óvulos foram doados de forma anônima e o espermatozoide pelo companheiro da procuradora. A bebê nasceu após 33 semanas e quatro dias de gestação, com 1,7 quilogramas e 48 centímetros. Por ser prematura, a criança está na UTI infantil para acompanhamento. Mãe e filha estão saudáveis.

Em entrevista ao portal UOL, a ginecologista e obstetra, Rita de Cássia Sousa Amaral, especialista em gravidez de alto risco, contou que foi procurada por Norma no meio do ano passado. Foi feita uma bateria de exames e constatado que tudo estava normal e o procedimento seria possível. A fertilização deu certo logo na primeira tentativa.

“O problema maior, após o sucesso do procedimento, seria manter o organismo dela suportando o desgaste de uma gravidez”, contou Rita de Cássia. Todo o período da gestação foi acompanhado por médicos, com ingestão de vitaminas mais complexas e aticoagulantes, para que fosse evitado complicações por causa da idade.

A médica comemorou o nascimento da menina. “Há poucos anos, nem se cogitava essa situação para uma mulher com mais de 60 anos. Foi uma experiência nova e gratificante para todos os envolvidos”, disse a médica.

Guerreira

A nova mamãe falou com a rádio Itatiaia sobre a gravidez e o nascimento da filha. Ela se intitulou uma mulher de garra, capaz de vencer o medo, o preconceito e as burocracias da lei para ter nos braços a primeira filha. A procuradora já havia tentado adotar uma criança, mas partiu para a fertilização após muito tempo sem resposta para o pedido.

Ao amamentar Ana Letícia pela primeira vez, transbordou de alegria. “Foi o momento mais feliz da minha vida”, disse à Itatiaia.  “Existe muito preconceito. Inclusive o que me chamou a atenção foi o preconceito que as mulheres têm contra as outras que fazem esse tipo de procedimento com mais idade, ou seja, idosa”, lamentou.

Norma reclamou da burocracia para adotar uma criança, mas disse que isso ainda faz parte de seus planos.

Fertilização in vitro

A fertilização in vitro é o tratamento de reprodução humana realizado com mais frequência nas clínicas especializadas por ser atualmente a opção da medicina reprodutiva que oferece mais chances de gravidez para aqueles que enfrentam dificuldades para engravidar após um ano de tentativas a partir dos 35 anos.

O tratamento consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozoide no laboratório de embriologia; um processo in vitro que requer o cultivo em laboratório para permitir a observação do correto desenvolvimento dos embriões e posterior transferência ao útero materno para a confirmação da gravidez.