Site icon DeFato Online

Moradores de Barão de Cocais protestam contra as atividades da GSM Mineração

Moradores de Barão de Cocais sofrem com as atividades da GSM Mineração

Foto: Carinna Viganor/DeFato

A instalação do depósito de minério da GSM Mineração no bairro Sagrada Família, em Barão de Cocais, tem gerado desconforto na população. Na manhã da última quarta-feira (28), os residentes da rua Campos São João se reuniram com o Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) para debater os problemas vivenciados. Segundo o relato dos moradores, em fevereiro deste ano, a empresa instalou o seu pátio de mineração na localidade sem emitir nenhum comunicado a comunidade.

Segundo Letícia Nunes, uma das moradoras da rua Campos São João, desde o momento da instalação do pátio, os moradores se uniram e fortalecem a luta para a retirada GSM Mineração do bairro. Além da poluição causada pela poeira e pelo minério, Letícia ainda relata sobre a intensificação da poluição sonora e o aumento do tráfegos do caminhões e as obras na BR-381.

“Já fomos na Câmara, já conversamos com o prefeito (Décio dos Santos – PV), com os vereadores e já conversamos com o procurador da Prefeitura. Todos os órgãos já estão cientes da nossa luta. E a pauta é bem clara: é a retirada do pátio de transbordo de minério da GSM Mineração. Um dos problemas foi o aumento da conta de água, a gente pagava R$50 e agora as famílias estão pagando de R$300 a R$400, isso é um aumento muito grande”, conta Letícia Nunes.

Mesmo o impacto maior sendo para a rua Campos São João, as demais regiões do Sagrada Família também sofrem com a poluição. Os moradores relatam que por causa do pátio de estocagem e escoamento de minério, os problemas de saúde como doenças respiratórias e pulmonares, além de alergias na pele e nos olhos, tem se tornado frequente. Os impactos da poeira estão começando a ser percebidos agora já que a instalação do depósito aconteceu há 8 meses atrás.

Foto: Carinna Viganor/DeFato

“Isso aí está prejudicando a nossa saúde. Então, a nossa meta em relação a GSM é que a empresa possa instalar esse pátio em outro local que não seja uma área residencial. Nós não fomos consultados de nada, isso tudo aconteceu no período de pandemia, não foi feito o wave. Não sei se a Prefeitura solicitou o wave, que é o primeiro passo. Mas, independente de qualquer coisa, essa poeira da GSM está afetando a nossa saúde, é muito stress de toda a população.”, relata Aparecida do Carmo Nunes.

Residente da rua há 30 anos, Edmar Souza Cabral, conta que os moradores nunca tiveram os problemas que vem acontecendo agora. Segundo ela, a sua família está com a saúde afetada, apresentando doenças que não tinham antes.

“Sabemos que a cidade é poluída, mas nós escolhemos um local para morar. Nós escolhemos estar fora do grande foco de poluição que é a Gerdau, que é do outro lado da cidade. Nós tivemos essa oportunidade de escolher, agora a gente vai ser obrigado a sair daqui por causa de uma outra empresa. Ou seja, está tirando a liberdade de escolha da gente”, conta Edmar.

De acordo com Raimundo Rosa, a sua sogra, de 93 anos, tem passado muito mal com falta de ar, principalmente durante a noite.

Mutirão de solidariedade

Além dos debates sobre a instalação do pátio da GSM Mineradora no bairro Sagrada Família, a comunidade também se reuniu para a distribuição de cestas com frutas e legumes para as famílias da região. A ação foi uma realização do Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM) junto à Comissão de Moradores. A atividade integra a Campanha Periferia Viva construída por movimentos populares, sindicais pastorais e em conjunto com a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale.

Foto: Carinna Viganor/DeFato

GSM Mineração

Em nota, a GSM afirmou que está em constante diálogo com os moradores, mantendo contato constante, recíproco e de maneira contínua, buscando estreitar os laços de maneira transparente com a comunidade e atendendo aos anseios apresentados sempre que possível de forma equilibrada e respeitosa. A GSM realiza desde o início da sua operação todas as medidas de controle a fim de minimizar os impactos causados por sua operação, e mesmo sem possuir obrigação legal de efetivar condicionantes ou outras ações similares, conforme normas e legislação vigente, mantém pontos de monitoramento de ruído e poeira para averiguação dos resultados nas distintas campanhas sazonais do ano. Os estudos foram solicitados pelo município no ato da solicitação do Alvará definitivo, e os mesmos foram apresentados à comunidade em reunião.

Exit mobile version