Na manhã desta segunda-feira (8), moradores da comunidade do Gongo, em Barão de Cocais, fecharam o trevo para a Mina do Brucutu, da Vale, para realizar uma manifestação que durou, aproximadamente, uma hora.
A intenção do grupo foi relembrar os dois anos desde que foram retirados de suas casas pela Vale. A evacuação se deu pelo fato da mineradora ter elevado a barragem Sul Superior, da Mina do Gongo Soco, para o nível três de emergência, o máximo na escala que mede o risco de rompimento. Outras comunidades do município, como as de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, também foram realocadas.
Desde 8 de fevereiro de 2019, há exatos dois anos, moradores destes bairros passaram a viver em hotéis e, posteriormente, casas provisórias, distantes dos seus lares. Além da perda material, há também o medo constante em passar por tragédias parecidas às ocorridas em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), quando barragens controladas pela Vale se romperam e mataram centenas de pessoas, além de causarem desastres ambientais.
Moradores das mesmas regiões de Barão de Cocais também já haviam realizado outras manifestações anteriormente, mas por motivos diferentes. Em julho do ano passado, uma mobilização feita na estrada que dá acesso à comunidade de Socorro cobrava respostas da Vale. Segundo os manifestantes, a mineradora se negava a atender as reivindicações populares. Eles ainda alegavam que a empresa não cumpria os prazos e acordos acertados, além de alterar as características das comunidades rurais evacuadas.