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Moradores de Barão de Cocais se mantêm contra as atividades da GSM Mineração em zona residencial

GSM Mineração Barão de Cocais

Foto: Divulgação/Movimento Pela Soberania Popular na Mineração

Na tarde desta última quarta-feira (4), a GSM Mineração se reuniu com os moradores da rua Campos São João, no bairro Sagrada Família, em Barão de Cocais. O encontro teve como objetivo discutir a insatisfação da comunidade residente da região contra as atividades da mineradora. A reunião aconteceu no clube Morro Grande, também localizado no bairro.

Segundo o Movimento Pela Soberania Popular na Mineração (MAM), a GSM Mineração tentou convencer a população da permanência do pátio de transbordo de minério no local, no antigo campo do Flamengo, às margens da rodovia MG-436. “A empresa possui uma mina de minério de ferro em Santa Bárbara e utiliza o pátio em Barão de Cocais para estoque e escoamento da produção mineral. Porém, desde a instalação do pátio de transbordo do minério, o bairro Sagrada Família e toda região perdeu o seu sossego”, diz o MAM.

“A intensa movimentação dos maquinários, o barulho, a forte iluminação e o grande volume de poeira de minério têm causado um grande transtorno para todas as famílias em torno do pátio. E, desde então, a comunidade tem se organizado e reivindicando a retirada do pátio de minério da área residencial”, ressalta o Movimento Pela Soberania Popular na Mineração.

Ainda, de acordo com o movimento, a GSM Mineração teria selecionado os moradores para participar da reunião desta quarta-feira (4), dificultando a participação das pessoas que estão mais engajadas e na defesa dos interesses e direitos do bairro. “Essa tentativa da empresa não funcionou, pois a comunidade se organizou e enviou um grupo grande para garantir que as reivindicações do bairro avancem”, afirmou o movimento em seu comunicado.

“Durante a reunião as pessoas puderam expressar sua indignação e reforçar o pedido, novamente, para que a empresa retire o pátio da região residencial”, ponderou o MAM. No comunicado, a líder comunitária Aparecida Nunes, expressa a insatisfação sobre as atividades que a mineradora tem realizado no bairro Sagrada Família.

“A empresa se instalou sem consultar a comunidade e agora quer adotar medidas sem a participação social”, conta a moradora. “Nós abrimos inscrição no grupo do bairro para as pessoas se inscreverem e estamos em processo de votação democrática e transparente. Por que não convidaram as pessoas que se inscreveram? A maioria das pessoas escolhidas pela empresa não nos representa em nossa totalidade”, questiona a liderança do bairro.

“Várias famílias não estão aguentando mais o cansaço de ter que ficar limpando suas casas mais de uma vez por dia por causa da poeira. As pessoas estão ficando doentes, é urgente que esse pátio seja retirado da zona residencial imediatamente”, reivindica Aparecida Nunes.

Conforme Clóvis Augusto, membro do Movimento pela Soberania Popular na Mineração, a recente instalação da lona inflável no pátio não é uma medida suficiente e pode afetar ainda a rotina de trabalho dos funcionários da GSM Mineração. “Imagina você trabalhar debaixo daquela lona? Os trabalhadores vão ser muito prejudicados trabalhando em um ambiente onde a poeira vai estar concentrada e eles vão respirar aquele ar carregado de pó de minério durante horas”, expressou Clóvis Augusto.

“A instalação da lona não conseguiu resolver o problema, a poeira continua caindo nas casas das pessoas e o transtorno com as carretas e barulhos tende a aumentar com a ampliação do pátio”, afirmou Clóvis Augusto.

Foto: Carinna Viganor/DeFato

De acordo com o MAM, a reunião foi finalizada somente com a promessa da GSM Mineradora de analisar as reclamações dos residentes do bairro Sagrada Família. O movimento ainda ressaltou a insatisfação da comunidade com o resultado da conversa com a empresa.

“Por outro lado, a comunidade saiu ainda mais insatisfeita, ciente de que a mineradora está querendo enrolar as famílias e vai fazer de tudo para manter o pátio no local, independente das mazelas causadas na saúde das pessoas. Ao final, o povo se reuniu e reforçou que é preciso ainda mais organização e luta para pressionar a empresa e o poder público a retirar o pátio de uma zona residencial, local onde nunca deveria ter sido instalado um pátio de minério”, finalizou o Movimento Pela Soberania Popular na Mineração.

Nesta segunda (9), a empresa se manifestou por meio de nota onde diz que os encontros realizados com as comunidades possuem como intuito ouvir as demandas da população. Estes encontros entre a GSM e os representantes do Bairro Sagrada Família teve como foco o fortalecimento do diálogo. Vamos continuar reunindo com os moradores e buscando os melhores caminhos.

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