Moradores de comunidades rurais de Itabira estão enfrentando dificuldades para tomar o transporte público. No Ribeirão São José de Baixo, por exemplo, a moradora Juscilene Souza Silva precisa andar diariamente pelo menos dois quilômetros até chegar ao ponto de ônibus, que vem do Sapé, localidade rural próxima. A situação é bem parecida nas comunidades do Engenho, Morro do Chapéu, Morro Santo Antônio e outras.
O problema foi relatado pelo vereador Weverton Andrade “Vetão” (PSB), durante reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT), na semana passada. O parlamentar contou que esteve nas comunidades e acompanhou a rotina. Segundo ele, no Ribeirão São José de Baixo, apenas duas linhas atendem aos moradores, um às 7h e outro que sai da cidade às 17h. Quando chove, a situação se complica ainda mais, já que devido às condições das estradas no período, o acesso do transporte ao local não acontece, obrigando moradores a triplicar o trajeto.
Juscilene, que mora no Ribeirão São José de Baixo há 10 anos, informou que tem que sair de casa ainda quando escuro, por volta de 5h30, para pegar o ônibus. Caso ela precise resolver algum problema na cidade pela manhã, sai cedo e aguarda até às 17h na cidade para tomar o ônibus de volta. “Quando esse ônibus não vem, ele vem até a vila só [parte mais centralizada da comunidade]. Chegando até a vila, tenho que andar mais dois quilômetros. Chovendo ou não, tenho que andar dois quilômetros”, relata.
O presidente da associação do Ribeirão de Baixo, Rodrigo Moreira, reclama da pouca quantidade de ônibus que vai até o local e da distância a se percorrer para pegar a condução. “A gente tem que ter os horários dos ônibus normal, ao menos três vezes ao dia. E arrumar um jeito também da linha do ônibus rodar, chovendo ou não chovendo”, disse, pontuando que a comunidade também precisa se unir para resolver o problema.
Em busca de soluções
O vereador comentou que há dois anos solicitou ao governo intervenções nessas localidades. No último dia 2, ele encaminhou ofício ao Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT) reivindicando melhorias nessas áreas. “Nós estamos discutindo o valor da passagem, mas antes de aumentar [a tarifa], a gente tem que discutir as melhorias. Vale ressaltar que esse sofrimento acontece há anos. O pessoal tem que andar dois quilômetros, nessa época de chuva as estradas estão intransitáveis. Um sofrimento muito grande”, disse Vetão.
De acordo com o parlamentar, os conselheiros de trânsito se disponibilizaram em ir até a localidade em caráter de urgência e levar a situação adiante. O Conselho, juntamente da Transita, se entender pela necessidade de alterações, pode solicitar à Cisne mudanças de horários dos ônibus e itinerário.