O Brasil perdeu um dos maiores e mais reconhecidos autores de novelas clássicas da TV brasileira: Gilberto Braga. Criador de vilões inesquecíveis, o dramaturgo morreu nesta terça-feira (26), aos 75 anos, no Rio de Janeiro. O sobrinho dele, Bernardo Araújo, disse Gilberto estava internado desde sexta-feira (22) e sofreu uma septicemia. O novelista estava no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.
Gilberto Braga sofria, há alguns anos, com vários problemas de saúde. Além disso, passou por uma cirurgia na coluna, uma no coração e uma hidrocefalia. Também apresentava dificuldades para andar. “Ele acabou indo para o hospital na semana passada e internado já bem mal. Lá foi constatada uma infecção generalizada”, explicou o sobrinho.
Novelas
O dramaturgo fez história no hall das novelas brasileiras com incontáveis sucessos de público e crítica. Ele assina, por exemplo, como “Dancin’ Days” (1978), “Vale Tudo” (1988), “Rainha da Sucata” (1990), “O Dono do Mundo” (1991), Anos Dourados” (1986), “Anos Rebeldes” (1992) e “Celebridade” (2003).
Além disso, Braga também foi indicado ao Emmy Internacional de melhor telenovela por “Paraíso Tropical”, em 2008. Sua última produção foi “Babilônia” (2015), exibida pela TV Globo.
História
Gilberto Braga nasceu no Rio de Janeiro, em novembro de 1945. Cursou a faculdade de Letras na Pontifícia Universidade Católica da capital carioca e começou a trabalhar dando aulas na Aliança Francesa. Trabalhou como crítico de teatro e cinema do jornal “O Globo”. Como autor, estreou na Globo em 1972, com uma adaptação de “A Dama das Camélias”, para um “Caso Especial”.
Sua primeira experiência em telenovela foi com “Corrida do Ouro”, em 1974, quando dividiu a autoria com Lauro César Muniz e Janete Clair. O primeiro sucesso veio dois anos depois, com “Escrava Isaura”. Em 1978, emplacou a primeira novela no horário nobre, com um dos seus maiores sucessos: “Dancin’ Days”.
Na lista de sucessos que ele assinou estão:
- “Corpo a Corpo” (1984)
- “Vale Tudo” (1988)
- “Rainha da Sucata” (1990) – colaboração
- “O Dono do Mundo” (1991)
- “Pátria Minha” (1994)
- “Força de um Desejo” (1999)
- “Celebridade” (2003)
- “Paraíso Tropical” (2007)
- “Insensato Coração” (2011)
- “Babilônia” (2015)
Vilões de Gilberto Braga
O autor ficou conhecido pela complexidade com que elaborava o perfil dos personagens antagônicos de seus folhetins. Considerado um excelente criador de violões, Gilberto Braga imortalizou personagens icônicos como:
- Odete Roitman (Beatriz Segall) e Maria de Fátima (Glória Pires), em “Vale Tudo” (1988)
- Felipe Barreto (Antônio Fagundes), em “O dono do mundo” (1991)
- Laura Prudente da Costa (Cláudia Abreu), em “Celebridade” (2003)
- Olavo Novais (Wagner Moura) e Taís (Alessandra Negrini), em “Paraíso Tropical” (2007)
- Leo (Gabriel Braga Nunes) e Norma (Glória Pires), em “Insensato Coração” (2011)