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MP ouve moradores da área evacuada de Barão sobre danos aos patrimônios ambiental e cultural

Representante do Ministério Púlbico colhe depoimento de morador da área evacuada de Barão de Cocais - Foto MPMG

O Ministério Público começou a ouvir os moradores das áreas evacuadas de Barão de Cocais devido ao risco de rompimento da barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco, da mineradora Vale. A Coordenadoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC) do órgão quer saber sobre os danos ao meio ambiente cultural, principalmente ao patrimônio imaterial sofrido pela população local. Desde 8 de fevereiro, cerca de 500 moradores das comunidades de Socorro, Tabuleiro, Piteiras e Vila do Gongo, tiveram que deixar suas casas e locais de origem, abandonando todos seus pertences e sua história.

As oitivias começaram nessa terça-feira (4). Vários moradores já foram ouvidos pelos representantes do Ministério Público. Segundo a promotora de Justiça Giselle Ribeiro, coordenadora do CPPC, o Ministério Público tenta identificar práticas e tradições que deixaram de ser realizadas, modos de viver típicos, a relação de pertencimento das pessoas ao território e os laços comunitários desfeitos, entre outros.

Evacuação
No dia 7 de fevereiro, a Vale formalizou a situação de emergência referente à barragem Sul Superior no Ministério Público. Houve acionamento da situação de emergência I do Plano de Atendimento a Emergência em Barragens de Mineração (Pabem), em razão da existência de risco significativo de ruptura. Além disso, a Agência Nacional de Mineração (ANM) acionou a Defesa Civil. Diante da situação, foi acionado o nível 2 de emergência e a imediata evacuação da população da área de autossalvamento, no dia 8 de fevereiro.

No dia 22 de março, o risco de rompimento foi elevado para o nível máximo (3). Já no dia 14 de maio, a mineradora Vale informou que um talude de 10 milhões de metros cúbicos estava se soltando da parede da mina de Gongo Soco. A cada dia essa estrutura se desprende mais, o que está sendo monitorado 14 horas por dia. O temor é que, ao se soltar, o talude provoque vibrações que afetem a barragem Sul Superior, causando o seu rompimento, já que a representa está a apenas 1,5 km da mina. 

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