Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito para investigar as causas e os estragos causados ao meio ambiente pelo vazamento em uma tubulação da mineradora Anglo American, em Santo Antônio do Grama, na Zona da Mata mineira. Na manhã dessa terça-feira (13), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) fez um sobrevoo na área impactada pelo rompimento para avaliar as características e a extensão dos danos.
Os moradores da cidade estão sem água desde o acidente. Com o rompimento da tubulação do mineroduto, na segunda-feira (12), cerca de 300 toneladas de polpa de minério de ferro foram lançadas no Ribeirão Santo Antônio. A água ficou marrom, e a captação e o abastecimento precisaram ser suspensos.
A mineradora enviou caminhões-pipa para atender a população. A mineradora informou que está providenciando nove caminhões-pipa e também água mineral para abastecer a comunidade. Na noite dessa terça-feira, 13, foram recebidos 15 mil litros, segundo a mineradora. Para essa quarta-feira, 14, é aguardada a chegada de dois caminhões carregados com 26 mil litros de água mineral.
A Anglo American extrai minério de ferro em Conceição do Mato Dentro, onde ele é misturado com água para produzir uma polpa. Esse material é bombeado para o mineroduto, que passa em Santo Antônio do Grama. A instalação de 529 quilômetros também passa pelo Rio de Janeiro. No Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), o minério de ferro é separado da água e embarcado em navios para exportação. A água eliminada é tratada e jogada no mar.
Além da equipe da Semad, técnicos do Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também estão em Santo Antônio do Grama para avaliar os danos à natureza. De acordo com a empresa, o material que vazou é considerado resíduo não perigoso. Não foram definidas multas por causa do vazamento.