Depois de Putin, presidente russo, sugerir a possibilidade de um confronto global em sua fala na última semana, nações europeias intensificam estratégias de defesa e orientam civis para um possível confronto mundial.
A tensão ficou se elevou após os Estados Unidos autorizaram a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance de sua fabricação no conflito com a Rússia.
As possibilidades de um embate global ficaram mais evidentes depois que a Coreia do Norte enviou soldados para se juntar às tropas russas contra os ucranianos. Moscou promete revidar com mísseis intercontinentais de capacidade nuclear.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e aumenta o temos de que a guerra possa envolver outros países da região, inclusive países que fazem parte da Otan (Organização Tratado Atlântico Norte), aliança militar que agrega 32 nações, e que Putin sugere ameaçar seus país.
No contexto de ampliação do conflito, Alemanha, Suécia e Finlândia já adotam medidas preventivas de segurança.
A Alemanha, por exemplo, confirmou, nesta segunda-feira (25), a elaboração de uma lista de todos os bunkers e abrigos antiaéreos do país, localizados em estações ferroviárias subterrâneas e estacionamentos, em caso de um ataque russo. O Ministério do Interior alemão vai elaborar um aplicativo para orientar o acesso da população a esses locais.
O projeto se baseia nos bunkers da época de II Guerra Mundial, cerca de 579, visando aumentar a proteção da população civil.
Além disso, o governo alemão vai incentivar que a população construa abrigos em sua própria casa, convertendo garagens e porões em bunkers.
A Suécia e a Finlândia, que aderiram à Otan exatamente por receio de invasão de seus territórios, a exemplo do que ocorreu com a Ucrânia, também tomam medidas preventivas às suas populações, e também vão distribuir milhões de livretos com orientações de como se proteger em cenários de guerra, como lidar com interrupções de linhas de comunicação e cortes de energia, e como sobreviver por período longo da crise, além de instruções de armazenamento de água, alimentos e cultivo de produtos em casa.
Esta é a quinta versão do folheto desde a sua criação, no contexto da II Guerra, distribuída para cinco milhões de famílias suecas. A versão digital já teve 44 mil downloads.
A Finlândia também emitiu orientações semelhantes à sueca, incluindo conselhos para pais e cuidadores, de como fazer estoques de fraldas, medicamentos e comida do bebê.
A Noruega e a Dinamarca, já no início deste ano, distribuíram orientações de como seus habitantes deveriam se preparar para eventuais crises.
A Agência Sueca de Contingências Civis afirmou em seu site: “O estado do mundo piorou drasticamente nos últimos anos. Guerras estão sendo travadas em nossa vizinhança. Eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais comuns. Ameaças terroristas, ataques cibernéticos e campanhas de desinformação estão sendo usadas para nos minar e influenciar. Para resistir a essas ameaças, devemos permanecer unidos e assumir a responsabilidade por nosso país. Se formos atacados, todos devem ajudar a defender a independência da Suécia e nossa democracia. Construímos resiliência todos os dias- juntos”.