Uma mulher foi morta em um hotel no dia 29 de setembro, no Centro de Belo Horizonte, na rua São Paulo. A vítima, de 45 anos, foi encontrada morta com sinais de estrangulamento no quarto do hotel e a conclusão da Polícia Civil sobre o caso é de que foi um crime de feminicídio.
Segundo a Polícia Civil, o crime foi motivado pela inconformidade do ex-namorado com o fim de um breve relacionamento amoroso. O homem, de 46 anos, foi preso na última quarta-feira (13) em Matozinhos, Região Metropolitana de Belo Horizonte, pelo crime de feminicídio.
De acordo com investigação do Departamento Estadual de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o suspeito teria matado a vítima por não aceitar o fim do relacionamento do casal. O homem já mantinha uma união estável com outra mulher, mas convenceu a vítima a ficar com ele após uma série de mentiras. Os dois se conheceram durante uma festa, em abril deste ano.
Mentiras
Ingrid Estevam, delegada responsável pela investigação, contou que quando o homem conheceu a vítima, o suspeito ostentava uma condição financeira incompatível com a realidade.
Ele também teria omitido à vítima o fato de ter outra companheira. Ao descobrir as mentiras contadas pelo suspeito, a vítima se afastou. “Foi quando ela decidiu pôr fim ao relacionamento, já que ele estava mentindo acerca de muitas coisas e isso poderia gerar mais problemas”, contou a delegada.
Porém, o homem convenceu a mulher de reatar o relacionamento, alegando que a esposa dele estava muito doente, motivo pelo qual ainda não tinha pedido a separação. No entanto, a vítima descobriu essa mentira contada pelo homem e decidiu terminar o relacionamento de vez.
O homem fez várias tentativas de reatar com a vítima, mas sem sucesso. O suspeito ligou para a mulher, sob o pretexto de que a mãe havia morrido e de que ele precisava de ajuda para lidar com situações burocráticas relacionadas a inventário de herança e funeral. Como a família da vítima não aprovava a presença do suspeito, os dois se hospedaram no hotel, no qual permaneceram do dia 20 de setembro até a data do crime.
No tempo em que permaneceram no hotel, um comparsa do suspeito, que fingia ser o pai dele, ligou para a vítima e ofereceu um salário de R$12 mil para que ela não abandonasse o suposto filho, já que a mulher era técnica de enfermagem e o suspeito precisava de cuidados. A mulher desconfiou da situação e ligou para a irmã, que alertou a vítima sobre o golpe e orientou que ela fosse embora.
Segundo a delegada Ingrid Estevam, a polícia acredita que ao informar que iria embora, o suspeito teria se descontrolado. “Quando ela decide ir embora, o suspeito pega ela, a deixa desacordada e a estrangula com uma extensão”, afirmou Ingrid.
Denuncie
A chefe do DHPP, delegada-geral Letícia Gamboge, destacou a importância das campanhas de prevenção aos crimes contra a mulher e a necessidade de que as vítimas denunciem à polícia qualquer forma de abuso para evitar casos de feminicídio.
“Mais uma vez, o Departamento de Homicídios chama a atenção para essa questão da violência doméstica e intrafamiliar contra a mulher. Havendo situação de violência doméstica, denuncie! Não deixe que ocorra, efetivamente, o fato mais grave, como infelizmente ocorreu nesse caso”, alertou a delegada.