O Fluminense inicia, na próxima segunda-feira (18), sua trajetória no Mundial de Clubes. O adversário será conhecido amanhã (15), às 15h, do confronto entre Al Ahly e Al-Ittihad, este último símbolo de uma nova fase da competição.
Vistos como coadjuvantes até então, os clubes árabes assumem, a partir de agora, papel protagonista no Mundial de Clubes, devido ao alto investimento (do Estado, inclusive) recebido recentemente. Não seria exagero dizer que se tornam, pelo menos durante a fase bilionária, favoritos a chegarem às próximas finais no lugar dos brasileiros.
O Al-Ittihad, por exemplo, conta com jogadores do calibre de Benzema, Kanté e Fabinho. Atletas que há poucos anos estavam na elite do futebol europeu. Por essas e outras, o Mundial se tornou ainda mais inacessível aos clubes tupiniquins.
Se vencer o campeão da Champions já era um desafio quase impossível, chegar à decisão tornou-se tão difícil quanto. No entanto, aí vale uma reflexão aos nossos times: mais importante que o Mundial é a Libertadores.
Vencer o campeão europeu é útil para inflar o próprio ego e tirar onda com os rivais. Mas nem sempre traduz um trabalho minucioso, feito de forma impecável.
Ao contrário da Libertadores. Competição difícil, catimbada, cheia de empecilhos. Seja pela força de times tradicionais argentinos ou colombianos, mandos de campo fortíssimos, a altitude de alguns países ou a arbitragem nem um pouco confiável.
Ganhar a Libertadores exige não só um bom futebol, mas também resiliência e maturidade. E a própria campanha do Fluminense mostra isso. Liderou um grupo que não era tão simples – com River Plate, Sporting Cristal e The Strongest – para despachar um ótimo Argentinos Jrs nas oitavas. Logo após, classificação categórica e madura contra o Olímpia, que se não tem a mesma força de outrora, ainda carrega muita camisa e uma torcida fanática.
Já nas semifinais, confrontos de alto nível contra o Internacional, no qual foi premiado pela péssima mira de Enner Valencia e a inabalável fé em seu próprio estilo de jogo. Resiliência.
Por fim, a final contra o Boca Juniors, cujo resultado não poderia ser outro. Quão louco seria colocar uma caminhada dessa abaixo de um torneio no qual você disputa dois jogos? Um contra-senso.
Que o Fluminense encare a experiência saudita como um prêmio. Se ganhar, espetacular! Mais uma linda página escrita em sua história. Caso perca, paciência. O objetivo principal do ano já veio, e ele vale mais do que qualquer grife.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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