Maria Aparecida Vilhena Falabella, mais conhecida como Cida Falabella, é mãe, avó, artista, professora e vereadora. Justamente por acreditar na importância da representatividade feminina na política, ela ocupa uma cadeira na Câmara Municipal de Belo Horizonte. “No Brasil, somos a maioria da população, metade dos lares são chefiados por mulheres e o país é o 3º pior em representatividade das mulheres na política. Esses dados mostram a importância da a gente estar nos espaços de decisão sobre as nossas vidas. Nada sobre nós sem nós”, defende a parlamentar.
Defensora da arte, cultura, educação e mulheres, Cida Falabella teve seu primeiro mandato em 2016, após ser eleita com 3.454 votos. Nas eleições de 2020, obteve 6.451 votos, ficando como 1ª suplente do PSOL. Em 2023, assumiu a vaga de Bella Gonçalves, eleita para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A Câmara Municipal de Belo Horizonte tem 41 vereadores sendo que, atualmente, apenas nove parlamentares são mulheres. “Como os espaços de poder são pensados por e para os homens, eles, o tempo inteiro, tentam nos expulsar dali, não nos acolher. É um espaço que você tem que estar em luta permanente, para ocupar, para ter direito de fala, para suas opiniões serem consideradas. Por isso é importante que cada vez existam mais mulheres para que a gente possa fazer isso de forma coletiva”, defende Cida Falabella.
Segundo informações do TSE Mulheres, nas eleições de 2022, o público feminino representou 53% do eleitorado brasileiro. No entanto, as mulheres representavam apenas 34% das candidaturas aos cargos disputados nas últimas eleições (deputados estaduais e federais, senado e presidência). Das candidaturas de 2022, 18% do parlamento eleito é representado por mulheres e 14% do parlamento reeleito é feminino.
“Isso é fruto de toda uma estrutura social que nos expulsa desses espaços, que dificulta a chegada de mulheres, sobretudo mulheres periféricas, negras. É preciso que a gente construa redes potentes, que as mulheres se sintam encorajadas, porque elas estão na política no dia a dia. Que elas se sintam necessárias nesses espaços para que mais e mais mulheres cheguem e fiquem. Porque chegar às vezes é possível, mas a permanência também é um outro fator de dificuldade pra nós.” – Cida Falabella
Trabalho na Câmara
A Câmara Municipal de Belo Horizonte conta, desde 2019, com a Comissão de Mulheres, que discute questões sobre gênero e políticas para mulheres. “Todos os projetos que debatem políticas para mulheres, o debate sobre importunação sexual, feminicídio foi potencializado com essa Comissão. Esse debate é diário, a gente precisa envolver os vereadores também nesse debate. E é algo que une mulheres inclusive de campos políticos diversos”, diz a vereadora da capital mineira.