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“Não conheço o projeto”, diz secretário da Fazenda sobre reforma administrativa

reforma administrativa

O secretário municipal de Fazenda, José Luiz de Lima. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Uma das principais promessas de campanha do Governo Marco Antônio Lage (PSB), a reforma administrativa parece estar alheia à Secretaria Municipal de Fazenda, parte fundamental do planejamento econômico do município. Na tarde desta segunda-feira (6), o líder da pasta, José Luiz de Lima, admitiu não estar participando dos estudos sobre a proposta, que promete enxugar cerca de 30% dos cargos da Prefeitura de Itabira.

A confissão foi feita durante a prestação de contas da Fazenda, na Câmara Municipal. Após José Luiz de Lima apresentar a despesa da Prefeitura com o pessoal entre maio de 2020 e dezembro de 2021, Neidson Freitas ressaltou o baixo impacto deste gasto em relação às receitas obtidas no período.

Neidson Freitas, do MDB. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Durante esse intervalo de tempo, o percentual máximo de gastos com pessoal atingido pelo município foi de 29,32% da receita. Dessa forma, afirma Neidson, ficou comprovado que o município já trabalhava com uma equipe enxuta. Apesar da presença do secretário, o alvo dos questionamentos do emedebista foi o líder de governo na Câmara, Juber Madeira.

“Senhor líder (Juber Madeira), os índices percentuais contradizem o discurso de campanha do prefeito, de que Itabira tinha um cabide de emprego. Para sustentar esse discurso, ele continuou dizendo que precisava fazer uma reforma administrativa em Itabira, que existia muito cargo desnecessário, que existia muita gente nomeada na Prefeitura. E a gente está chegando agora na metade do governo e a reforma administrativa ainda não chegou a essa Casa. E o prefeito falou isso várias vezes nem por maldade, mas por falta de conhecimento mesmo”, afirmou Neidson.

Números demonstrados na prestação de contas da Fazenda, nesta segunda-feira. Foto: Reprodução

Ainda no tema reforma administrativa, o líder da oposição na Câmara perguntou a José Luiz de Lima se ele está participando do estudo sobre o projeto. Ao responder que não, o secretário municipal utilizou seu tempo de trabalho na Prefeitura – cinco meses – como um dos argumentos.

“Desculpe, mas eu não participo desse estudo. Não é para ficar dando desculpa, mas como o senhor mesmo colocou, o projeto veio do ano passado e eu estou aqui há cinco meses. E de fato não conheço o projeto, não participei dos estudos”, respondeu o líder da pasta. Em tom de surpresa, Neidson afirmou que, dessa forma, o estudo inexistiria. Algo rechaçado pelo líder de governo.

“Sem me estender sobre o assunto, já te respondi isso no plenário e vou reiterar. Existe, sim, o estudo. Ele está baseado exatamente nos números apresentados pela parte econômica do município. E ele estabelece mudanças que se ajustam a partir desse percentual que tem sido apresentado pela Fazenda e demais secretarias. Em virtude desse trabalho intenso é que essa proposta ainda não chegou à Câmara. Esse percentual que se fala, em torno da demanda de funcionários que existem, contratados ou não, dentro da administração pública municipal, também é algo que tem sido revisto dentro desses números apresentados e que não podem ser contestados”, argumentou o tucano.

Juber Madeira enfatizou que a proposta será encaminhada em breve à Câmara Municipal. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Por fim, Neidson Freitas questionou sobre quando o projeto relativo à reforma administrativa chegará à Casa do Legislativo. Juber Madeira garantiu que isso ocorrerá “em breve”.

“Está em fase final de trabalho. Pode ter certeza que em breve chegará. Vou trabalhar isso com o secretário de governo (Geraldo Torrinha) para que seja estabelecido um cronograma para que a gente possa ficar tranquilo quanto a isso”.

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