O reitor da Universidade Federal de Itajubá, professor Dagoberto Alves de Almeida, publicou dois artigos nesta quarta-feira, 25 de abril, no site da instituição, em que comenta o impasse da nomeação do segundo indicado na lista tríplice para a diretoria do Campus de Itabira, José Eugenio Lopes, e, também, as manifestações deflagradas por universitários desde o decreto.
Categórico, o reitor destaca em trecho do artigo “Impessoalidade e Democracia” “que não há chance alguma de alteração na nomeação, a qual já está publicada no Diário Oficial da União desde o dia 19/04/18”.
Há cinco anos e meio no comando da instituição, Dagoberto disse que sua escolha se deu por “aderência filosófica de gestão”. Quanto ao favoritismo dos professores Gilberto Cuzzuol e Roberto Monte-Mor, escolhidos para diretor e vice em consulta pública feita em março, o reitor afirma ter “a clara percepção de que aqueles que encabeçam a lista tríplice não têm, em absoluto, aderência alguma aos valores da atual gestão”.
O administrador da Unifei ressaltou também que não tem obrigação legal de seguir a ordem da lista tríplice. “O que tenho a dizer é que todas as nossas decisões são tomadas mediante regras que foram construídas coletivamente em fóruns democráticos, seja na obediência das leis que são deliberadas no Congresso Nacional, seja no estatuto, regimentos e normas variadas da nossa instituição”, disse, ao se posicionar sobre acusações recebidas de atropelos à democracia.
Manifestações
Em outro artigo, intitulado “Alunos – Direitos e Limites”, Dagoberto se volta aos estudantes que adotaram o que ele chama de “postura truculenta”. “Vamos utilizar todos os meios legais e todas as regras da Universidade para coibir esse tipo de conduta nefasta e responsabilizar qualquer um que não siga as regras que nós próprios criamos, democraticamente, para o nosso convívio, em nossos fóruns coletivos e representativos de discussão e deliberação”, assinala o reitor.
Uma norma disciplinar foi aprovada recentemente no Conselho Universitário proibindo manifestações dentro do campus. Foi aprovado que a ocupação da Unifei Itabira pelos alunos é proibida, e quem a fizer poderá sofrer processos acadêmicos e até ser expulso da instituição.
Dagoberto também rechaçou os protestos feitos por universitários pedindo que os diretores nomeados para a direção de Itabira – José Eugênio Lopes de Almeida e Élcio Franklin Arruda – renunciassem ao cargo. “Os professores José Eugênio e Élcio não têm responsabilidade alguma na decisão tomada no terceiro estágio do processo eleitoral. Portanto, assediar ambos para que renunciem é muito injusto”.
No artigo, o reitor voltou a dizer que não irá reavaliar sua decisão. “Portanto, amparado legalmente, assim como pelas regras institucionais que democraticamente criamos, não vou, de forma alguma, colocar na administração quem não compartilha dos mesmos ideais e valores da gestão atual”.
Em tempo
No último mês de março, foi realizada uma consulta pública para indicar o novo diretor-geral do campus da Unifei em Itabira. O favorito entre alunos, professores e técnicos foi o doutor em Matemática Gilberto Cuzzuol. No entanto, em 18 de abril, Dagoberto nomeou ao cargo o segundo na lista tríplice, o doutor em Engenharia Elétrica José Eugênio Lopes.
José Eugênio, inclusive, já ocupa o cargo desde a renúncia do último diretor, Dair de Oliveira, em dezembro do ano passado. Dair renunciou por divergências com a reitoria.
A decisão do reitor gerou insatisfação em parte da comunidade acadêmica. Manifestações foram realizadas por estudantes na universidade na quinta-feira, 19, e sexta-feira, 20.