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“Não há risco estrutural”, afirma DNIT sobre a ‘Ponte Torta’ na BR-381, em João Monlevade

"Não há risco estrutural", afirma DNIT sobre a Ponte Torta na BR-381, em João Monlevade

Foto: Cíntia Araújo/DeFato Online

Desde o final de dezembro de 2024, a situação da chamada “Ponte Torta” na BR-381, em João Monlevade, tem sido alvo de muita discussão. Imagens que circulam pelas redes sociais mostram supostas rachaduras na estrutura, mas, conforme informado pelo Grupo de Apoio Voluntário de Emergência (Gave), o que se vê são as juntas de dilatação ou movimento — mecanismos de engenharia comuns em pontes. Agora, nesta semana, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) emitiu uma nota oficial afastando a possibilidade de qualquer risco estrutural no local.

Além disso, a autarquia federal informou que em novembro do ano passado havia sido preparado um anteprojeto para ações de reabilitação da “Ponte Torta”. Porém, como a BR-381 foi concedida à iniciativa privada, as ações de contratação das obras foram repassadas à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), já que a partir de 6 de fevereiro de 2025 a rodovia passa a ser de responsabilidade da concessionária que venceu o leilão de concessão da rodovia. O DNIT também comunicou que até lá segue realizando ações de manutenção no local.

Confira na íntegra a nota emitida pelo DNIT:

“O DNIT salienta que não há risco estrutural na ponte. Sendo assim, a autarquia informa que aprovou em novembro o anteprojeto para o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, execução das obras e demais operações necessárias para a reabilitação da ponte sobre o Rio Piracicaba VII, localizada no km 349,09 da BR-381/MG. No entanto, as ações para a contratação das obras foram redirecionadas para Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), uma vez que o trecho foi concedido e a partir de 6 de fevereiro de 2025 ficará sob responsabilidade da empresa vencedora do leilão. Até a assunção do trecho pela empresa o DNIT segue realizando as ações de manutenção no segmento, bem como, o monitoramento das suas OAEs”.

Relembre

No último final de semana de dezembro do ano passado, as primeiras imagens com as supostas rachaduras nas “Ponte Torta” começaram a circular nas redes sociais, sobretudo em grupos de WhatsApp. Em um período de grande circulação de veículos, devido às celebrações de final de ano, a situação começou a gerar preocupação nos motoristas que trafegam pela BR-381.

Porém, pouco depois que as primeiras imagens foram divulgadas, o jornalista e socorrista voluntário do Gave Lindiomar Reis veio a público para explicar a situação. Segundo ele, as juntas de dilatação — também conhecidas como juntas de movimento —, são  dispositivos criados para mitigar os efeitos da vibração e movimentações em estruturas como pontes. Essas juntas de dilatação são completamente diferentes de rachaduras provocadas por desgaste ou má conservação.

Ainda segundo Lindiomar Reis, é comum colocar asfalto sobre essas juntas de movimento, mas o material acaba trincando pelo uso, embora isso não indique que há riscos estruturais ou aos motoristas.

O assunto voltou às discussões na última segunda-feira (6), quando o senador Cleiton Gontijo de Azevedo (Republicanos), o Cleitinho, esteve no local para gravar um vídeo denunciando as condições da “Ponte Torta”, mas sem levar em consideração as explicações técnicas sobre as juntas de dilatação ou apresentar dados que atestem que realmente existe ali algum risco aos motoristas.

Ponte Torta

Localizada no km 349 da BR-381, muito próxima ao entroncamento com a BR-262, a “Ponte Torta” é uma obra da década de 1970, com apenas uma faixa em cada sentido. A estrutura passa sobre a avenida Vereador João Braga, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e o rio Piracicaba.

O local é alvo de críticas por possuir uma mureta de proteção muito baixa, que está quebrada em diversos pontos. Além disso, o fluxo de carretas e caminhões é quase sempre intenso.

A “Ponte Torta” também é conhecida pelo seu histórico de acidentes, incluindo a queda de um ônibus no dia 4 de dezembro de 2020, que vitimou 19 passageiros que haviam saído da cidade alagoana de Mata Grande com destino a São Paulo. No ano seguinte, em 13 de janeiro de 2021, um caminhão que transportava asfalto caiu dentro do rio, matando quatro ocupantes.

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