Não existem virgens em lupanares. Esse ditado popular, bem rasteiro, ilustra a atual situação do Oriente Médio. Um pouco mais claro. O primeiro-ministro Benjamin “Bibi” Netanyahu e o grupo terrorista Hamas não são flores que se cheirem. Ambos os atores tocam a mesma sinfonia da mediocridade humana.
Em 7 de outubro do ano passado, o Hamas fez um “ataque surpresa” ao território israelense. A criminosa incursão custou a vida de 1404 pessoas. E o mais execrável. Os extremistas sequestraram 250 cidadãos, inclusive de outras nações. O atrevimento dos palestinos bota uma pulga atrás da orelha de simples observador. E com razão. Nesse cenário bélico, algumas estranhezas chamam a atenção.
Uma delas. Israel tem um dos mais eficientes serviços de inteligência do planeta. Esse fato é notório. E mais. A segurança do país sempre foi extremamente eficiente. E adicione uma dose extra de mistério nessa trama. Os egípcios — que hoje mantêm relações regulares com os judeus — perceberam uma movimentação atípica na Faixa de Gaza, dias antes da agressão. As autoridades de Cairo alertaram ao governo Netanyahu sobre a inusitada sinalização. O aviso foi solenemente ignorado. Então, diante dessas circunstâncias, o tal “ataque surpresa” era uma ocorrência previsível. Outro aspecto bem pragmático não pode ser descartado nessa análise: Bibi tratava os carniceiros de Gaza com demasiada complacência. E qual é o motivo para tanta tolerância? Só Jeová sabe.
Uma coisa é certa. Benjamin tem clara vocação para ditador. Tudo bem. A conjuntura ideológica mundial alimenta esse sonho esdrúxulo. Mas outra minúcia não pode ser ignorada: o premier é um corrupto de carteirinha. O mandarim coleciona uma série de denúncias de condenáveis manuseios dos cofres públicos. Agora- em pleno teatro de guerra- Bibi explicita a sua mais característica faceta. O sujeito tem notória especialização em genocídio. É um expert na “arte” de assassinar. Esse ser beligerante tem licença para matar? Sim. E faz isso com rara “competência”. A sua consciência é dona da razão.
As decisões do líder judeu desmoralizam as instituições internacionais garantidoras da paz. O insano já deu solenes bananas para as seguintes organizações planetárias: Conselho de Segurança da ONU, Tribunal Penal Internacional (TPI) e Corte Internacional de Justiça (CIJ). O facínora de Tel Aviv, porém, tem uma serventia didática: ele comprova que essas dispendiosas entidades só funcionam no papel. Não têm moral, autoridade ou autonomia.
E prestem bastante atenção no desempenho do chefe de estado israelita nesse conflito. O exército sionista matou 36 mil pessoas, até agora. As vítimas preferencialmente são idosos, mulheres e crianças. A Faixa de Gaza é um precário espaço geográfico de 365m² com 2 milhões habitantes. Uma lata de sardinha. A qualidade de vida do local é abaixo da crítica.
No final do mês passado, o genocida deu demonstração de sua insaciável voracidade. Em mais uma atitude de elevado grau de desumanidade, atacou a cidade de Rafah, no sul de Gaza. Dessa feita, bombardeou um acampamento de desabrigados e matou 200 inocentes. A armada judia fez 60 investidas na área, em apenas uma semana.
E por que essa chacina parece não ter fim? Há dois motivos óbvios para a absurda continuidade. O primeiro é essencial. A popularidade de Netanyahu encontra-se no modo queda livre. A população israelita não suporta mais o autocrata. O fim da guerra significaria um ponto final no seu (des) governo. E pior. É muito grande a possiblidade de Benjamim acabar numa masmorra. A cadeia tem tudo para ser a sua próxima moradia. A condenação por crimes de guerra também está no radar das cortes penais internacionais. Então, a carnificina é oxigênio para um paciente em estado terminal. Toda essa conversa, todavia, não pode escamotear uma inescapável verdade: os Estados Unidos de Joe Biden e a União Europeia são cúmplices de Netanyahu nesse massacre do Oriente Médio.