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No Reino Unido também existe miséria

Que país é esse?

Alírio de Oliveira, colunista DeFato - Foto: Arquivo/Pessoal

Uma matéria de 31 de maio de 2022, dos repórteres Lawrence Cawley e Matt Prescey, da BBC News, me chamou a atenção sobre a pobreza no Reino Unido.

Particularmente, acho um absurdo que qualquer cidadão do Reino Unido padeça do mal da fome diante da manutenção dispendiosa da Família Real Britânica, da qual esses carentes também são “súditos”.

A pompa e circustância da nobreza britânica é aviltante diante do que algumas pessoas estão vivendo nessa orgulhosa ilha, composta de cerca de 64 milhões de habitantes, separada do continente europeu pelo Canal da Mancha e pelo Mar do Norte.

O Reino Unido compreende a Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte (capital Belfast). Embora faça parte da ilha, a Irlanda (cuja capital é Dublin) é um país independente.

A reportagem da BBC News relata a história de Brian Turner, de 49 anos, que mora com seu cão Rocky, em um apartamento em Ipswich, no leste da Inglaterra.

Turner era garçon altamente qualificado e interrompeu sua carreira para cuidar de Paula Macintosh, sua companheira, que faleceu em 2009, em funcão de graves problemas de saúde mental, aos 54 anos de idade.

Turner vasculha incessantemente as lojas e seções de alimentos com descontos nos supermercados.

Desde a morte de sua companheira, vinha conseguindo se alimentar e ao seu cão com apenas 40 libras, o equivalente a R$240 mensais.

Do governo britânico, ele recebe 642 libras (R$ 3,8 mil) de Crédito Universa, programa social similar ao Bolsa Família/Auxílio Brasil, mas tem as seguintes despesas mensais:

Com o lockdown, os preços triplicaram e Turner não conseguiu mais manter em dia o orçamento. “O custo de vida foi para as nuvens e estou precisando pedir ajuda aos vizinhos, familiares e amigos”, disse.

Turner admite que de vez em quando é obrigado a vasculhar e recolher restos. “Outras pessoas estão na mesma situação que eu”, conta.

Em virtude de uma epilepsia e enxaqueca, suas visitas aos empregadores não têm sucesso, tendo preenchido até 15 formulários de empregos de qualquer tipo, desde buffet até escritório.

Com o aumento dos preços dos alimentos e com o que recebe mantido no mesmo patamar, Turner só tem dinheiro bastante para semana e meia de cada mês.

“Tem dias que só faço uma refeição. Eu não deveria fazer isso, porque meus medicamentos precisam ser tomados após me alimentar, e isso me prejudica. Às vezes, prefiro que meu cão coma e eu não”, relata.

Indagado se doaria seu animal para economizar dinheiro, foi enfático em dizer que Rocky é a única razão que o faz seguir em frente. “Não fosse por ele, com certeza eu teria perdido o juízo”, finaliza!

Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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