A construção da ferrovia do contorno da Serra do Tigre vai beneficiar o acesso entre os portos do Espírito Santo e estados do Corredor Centro-Leste, que incluem Goiás, Minas Gerais e o Distrito Federal.
Sua extensão é de cerca de 450 kms e é considerada estratégica, ligando Patrocínio a Sete Lagoas em Minas Gerais e faz parte da agenda de prioridades do governo do Estado e de entidades empresariais capixabas, a exemplo da Federação das Indústrias do Estado (Findes).
Durval Vieira de Freitas, consultor empresarial e CEO da DVF Consultoria destacou que o Estado tem que se empenhar para que a concessão, ainda em avaliação pelo governo federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) contemple o projeto da ferrovia no menor prazo possível.
“O governo do Estado está de parabéns pelos esforços que tem feito pelo contorno da Serra do Tigre em Brasília. É essencial que saia dentro de cinco anos, pois não adianta ter porto e infraestrutura e não ter demanda”.
Para Durval, esse contorno é o principal projeto para o crescimento portuário capixaba, “pois vai permitir o aumento da capacidade de cargas das commodities agrícolas do serrado, que inclui Goiás, o Distrito Federal e o interior de Minas Gerais, saltando de 7 milhões para 20 milhões de toneladas por ano, o que vai propiciar a atração de indústrias agrícolas, de beneficiamento
de soja e milho, por exemplo”.
Paulo Baraona, presidente da Findes, destaca que a federação defende o investimento da construção da nova ferrovia. ”
“O investimento se faz fundamental para o escoamento das produções até os portos capixabas e, por consequência, para a atração de novos negócios para o Estado. Vale ressaltar que o trecho ferroviário é fundamental para aprimorar a infraestrutura do Corredor Centro-Leste e conecta o interior do País ao conjunto de portos instalados e os que estão em implantação no Estado”.
O contorno da Serra do Tigre, em Minas Gerais, se faz necessária para melhorar a conexão da malha da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) com a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), consolidando o Corredor Centro-Leste.
A Ferrovia Centro-Atlântica tem ramificações que vão desde o Centro-Oeste ao Nordeste, abrangendo São Paulo e o Rio de Janeiro. O trecho mais viável para Minas e Espírito Santo é o do Corredor Centro-Leste, conectando o Corredor Centro-Oeste brasileiro à Estrada de Ferro Vitória a Minas.
Por ser um trecho sinuoso e inclinado, a ferrovia que atravessa a Serra do Tigre tem várias restrições operacionais, portanto, a necessidade da implantação do novo trecho ferroviário, contornando a Serra.
Com sua implantação, reduzindo as inclinações e ampliação dos raios de curvatura, a velocidade média, que hoje é de 16 km/h passaria para 60km/h, ampliando a capacidade de transporte do Corredor Centro-Leste em ao menos 21 milhões de toneladas anuais e a redução da distância de transporte entre o Triângulo Mineiro e os portos do Enatado em aproximadamente 120 km.
* Fonte: Durval Freitas e Findes