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Nova redução na taxa Selic melhora cenário de crédito para pequenas e médias empresas

Banco Central reduz juros em 0,25 ponto porcentual, para 10,50%, em decisão dividida

Foto: Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na quarta-feira (31) a queda de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que chega a 11,25% em sua primeira reunião de 2024. A taxa é a referência que os bancos comerciais têm para oferecer crédito.

Segundo Joelson Sampaio, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “esse corte tem impactos importantes para pequenas e médias empresas que têm dificuldades no acesso a crédito, com menos opções de empréstimos e capacidade de resposta aos juros altos, então a redução é especialmente boa”.

André Sacconato, assessor econômico da Fecomercio-SP, embora admita a melhora no ambiente para empreendedores brasileiros, recomenda cautela: “As condições estão melhores, mas eles não devem dar um passo maior que a perna. Vale arriscar caso exista uma perspectiva muito boa de um negócio, mams ainda não é o momento de fazer uma expansão muito grande”.

A taxa Selic vem sofrendo reduções desde agosto de 2023, quando o Banco Central (BC) aplicou o primeiro corte na taxa de juros desde 2020, também em 0,5 ponto percentual, quando o indicador estava estacionado em 13,75%, encerrando o ano de 2023 em 11,75%.

O Boletim Focus estima que a taxa encerre 2024 com a taxa de 9%.

Sampaio sugere que, com a expectativa de mais queda, o empreendedor adie o empréstimo: “Quem puder esperar terá taxas mais vantajosas no final do ano. Entretanto, muitas vezes, a necessidade vem antes. O melhor é sempre comparar as instituições financeiraspara escolher as taxas de juros mais vantajosas”.

Os indicadores atuais colaboram para a queda constante da Selic, segundo especialistas.

O Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) encerrou 2023 com alta cumulada de 4,62, resultado que ficou dentro do intervalo da meta da inflação — 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima. O Boletim Focus estima que o indicador termine o ano em 3,81%. Já a estimativa para 2025 e 2026 a previsão é de 3,5%.

A nova política industrial, anunciada na semana passada, com investimentos de até R$300 bilhões em ações de neoindustrialização até 2026, ainda podem impactar o cenário.

“O BNDES fará uma expansão do crédito que, naturalmente, amplia a atividade econômica. Isso forçaria o Banco Central a ter uma taxa de juros mais elevada”, segundo Pedro Paulo Bastos, professor associado do Instituto de Economia da Unicamp.

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