Eleito pelo Conselho de Administração da mineradora em 26 de agosto recente, Gustavo Duarte Pimenta (46), natural de Divinópolis, Centro-Oeste mineiro, assume oficialmente o comando da segunda maior empresa do país e uma das três maiores mineradoras do mundo e com um valor de mercado de R$ 300 bilhões.
Pimenta começaria seu mandato em janeiro de 2025, mas teve seu início antecipado para esta terça-feira.
De perfil discreto, típico mineiro, tem fala mansa, porém firme e é torcedor do Clube Atlético Mineiro. Começou sua carreira em 2004, como auditor da KPMG, onde permaneceu por três anos.
É formado em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com mestrado em finanças pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de cursos de extensão em outras universidades, como a Fundação Dom Cabral, Georgetown, Virgínia e Nova York.
Foi executivo do Citi por quase seis anos, em Nova York, passando pelo período da crise de 2008. Logo em seguida, retornou ao Brasil como vice-presidente de serviços da AES, migrando depois para a vice-presidência financeira e de relações com investidores, passando logo a seguir a exercer a mesma função em operações da companhia norte-americana de energia.
Pimenta chegou a membro de conselhos de empresas como AES Gener no Chile e AES Clean Energy, nos Estados Unidos, de onde foi para a Vale (VALE3) como vice-presidente financeiro (CFO) por pouco quase três anos, antes de assumir a presidência-executiva da mineradora.
Como CEO da Vale, Pimenta deve ter um salário variando entre R$ 50 milhões a R$ 60 milhões por ano, em salário fixo, bônus, ações e benefícios.
Ao menos 30% desta remuneração de curto prazo para executivos depende de atingir metas de segurança, gestão de riscos e sustentabilidade.
Para remuneração de longo prazo, pelo menos 25% depende das metas de desempenho baseadas em métricas sociais, ambientais e de governança (ESG).
Dados do Formulário 20-F, mostram que a remuneração total dos executivos da Vale prevista é de R$ 200 milhões para 2024, incluindo fixa e variável.
Pimenta substitui Eduardo Bartolomeo, cuja gestão terminou em maio passado, sob tentativa do governo Lula em emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, enfrentando forte rejeição dos acionistas da empresa.
Pimenta tem pela frente a missão de liderar a companhia sob intensa pressão global para a redução de impacto ambiental das atividades da mineradora, em especial depois dos desastres ambientais de Mariana e Brumadinho que causaram grande impacto no mundo.
Para tornar mais áspero o caminho do novo presidente, o governo federal cobra da empresa valores adicionais já pagos pela renovação de outorgas das estradas de ferro Vitória a Minas e Carajás.
O atual Governo Federal não concorda com o valor acertado com o governo Bolsonaro e quer receber valores extras, que podem ficar em torno de R$ 20 bilhões.