A derrota para o Coimbra, ontem (15), por 1 a 0, jogando em casa, pela 9ª rodada do Campeonato Mineiro, trouxe sérias consequências para o Cruzeiro. Logo depois do revés no estadual, o clube comunicou a demissão do técnico Adilson Batista e do diretor de futebol Ocimar Bolicenho.
Na entrevista coletiva concedida após a partida, o agora ex-comandante do Cruzeiro não poupou críticas ao núcleo gestor da Raposa. Adilson Batista acusou integrantes do núcleo de palpitarem no futebol do clube. O técnico também disse que o clube precisa, com rapidez, eleger um presidente, para centralizar as decisões importantes do clube. Por fim, Adilson criticou a demora em receber contratações para escalar o Cruzeiro para as partidas.
Carlos Ferreira, integrante do núcleo gestor e eleito para ser o interlocutor do conselho com o departamento de futebol, se pronunciou logo após Adilson Batista conversar com a imprensa.
Entre outros esclarecimentos, Carlos agradeceu os serviços prestados por Adilson e evitou comentar as declarações do treinador. “Respeito a opinião dele. É um homem que eu admiro. Respeito a opinião de vocês (imprensa), da torcida… Algumas críticas… A gente tem que respeitar e tem que seguir. O conselho gestor está fazendo o que pode e o que não pode para tirar o Cruzeiro desse lamaçal”, disse Carlos Ferreira.
Apesar de Carlos preferir não rebater as declarações de Adilson sobre o trabalho do conselho gestor, torcedores e parte da imprensa, logo após o fim das coletivas, começaram a questionar os procedimentos e funcionamento interno do núcleo.
Como resposta, na tarde desta segunda (16), o grupo de dirigentes utilizou as redes sociais do Cruzeiro para divulgar uma carta aberta ao torcedor. Os sete membros do conselho assinaram o comunicado e, nele, atacaram as gestões passadas e afirmaram que o núcleo aproveitará a pausa nos campeonatos para ajustar o departamento de futebol.
“É doloroso relembrar que o conselho gestor assumiu depois da renúncia de uma administração que deixou o Cruzeiro em um cenário arrasado, sem recursos, sem credibilidade, um Clube falido moralmente e financeiramente, com uma dívida astronômica. […] Somos perfeitos? Obviamente que não. Nós também erramos e cometemos falhas. Mas nosso objetivo é administrar o Clube neste período da melhor maneira possível e com uma boa gestão. E é preciso lembrar que foram “os entendedores de futebol” que levaram o Cruzeiro à situação de penúria em que a instituição foi deixada. […] Vamos aproveitar a interrupção nos campeonatos para fazer ajustes no departamento de futebol e em outras áreas que precisam ser revistas”. (Confira a íntegra da carta aberta aos torcedores)